Documentário reconstrói história e mostra realidade da BR-319, na Amazônia

Conhecer a identidade amazônida ainda é um desafio para todos do Amazonas. Tanto para quem vive em Manaus, quanto para quem ficou isolado nas margens da rodovia BR-319 (que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia) durante anos. Pensando em reconstruir a história e expor a realidade de quem vive na localidade, o jornalista Leon Furtado, um dos vencedores do projeto ‘Curtas Universitários 2016’, dirigiu o documentário ‘Asfalto na Amazônia – A reconfiguração social dos habitantes da rodovia BR-319’.

O tema, desenvolvido ainda dentro do período de conclusão de curso do jornalista, tomou um novo rumo após o fomento à produção cedido pelo Canal Futura em parceria com a Rede Globo e a Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU). O Curta traz Leon como um personagem que sente grande afinidade com a rodovia desde sua infância, quando seu pai, que fez viagens pela estrada por volta de 1986, contava-lhe detalhes sobre como era sair de Manaus para outros estados do Brasil.

Buscando reconstruir os traços da identidade amazônida, o personagem embarca em um ônibus para a comunidade de Igapó Açu, onde faz um intercâmbio sociocultural. “O documentário foi produzido com base em um grande desejo meu, que era viajar por essa estrada em suas atuais condições. É importante que todos saibam o que aconteceu com a BR-319. Nada mais justo do que dar voz às pessoas que estão ali, há muito tempo, para que elas mesmas tenham a oportunidade de trazer à tona fatos que marcaram e continuam a marcar a história do Amazonas”, contou Furtado.

Reflexão sobre impactos

Além de mostrar a cronologia da história da rodovia, o curta propõe uma reflexão sobre o futuro do desenvolvimento socioeconômico para as comunidades já existentes nas margens da BR-319, assim como simula, com base na visão ambiental, quais seriam os impactos caso a região viesse a ter uma ocupação desordenada, após melhorias na trafegabilidade da estrada.

“Esse é outro ponto de reflexão trazido pelo Asfalto na Amazônia. A estrada é muito importante, tanto para quem reside em suas margens, quanto para o Polo Industrial de Manaus (PIM) e até para quem vem de Roraima. Segundo o ambientalista Philip Martin Fearnside, que entrevistamos no curta, o tráfego na região do interflúvio entre os rios Purus e Madeira poderia trazer atores sociais que, possivelmente, viriam a maximizar o arco do desmatamento, trazendo grandes impactos para a localidade. A BR-319 ainda guarda fatos que todos precisam conhecer e refletir”, ponderou o jornalista.

Assista a chamada do curta:

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