Turismo de pesca movimenta a Amazônia e fortalece gastronomia regional sustentável

Os municípios de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, se transforma nos destinos mais procurados por praticantes da turismo de pesca

Turismo de pesca movimenta a Amazônia. Foto: AmazonsaTur

Entre os meses de setembro e março, o interior do Amazonas, especialmente os municípios de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, no alto rio negro, se transforma em um dos destinos mais procurados por praticantes da pesca esportiva no Brasil e no mundo. A região é considerada o principal polo nacional de pesca do tucunaré, peixe símbolo da modalidade pesque-e-solte, que valoriza o contato com a natureza e a preservação da biodiversidade local.

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Turismo de pesca movimenta a Amazônia
Turismo de pesca movimenta a Amazônia. Foto: Joshua Rains

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De acordo com a Associação Brasileira de Pesca Esportiva (ABAPE), a atividade movimenta mais de R$ 2 bilhões ao ano no país, com o Amazonas liderando em atratividade para turistas estrangeiros e brasileiros de alto poder aquisitivo. Em 2023, o município de Barcelos, a 436 quilômetros de Manaus, recebeu mais de 10 mil visitantes voltados exclusivamente à pesca, segundo estimativas do setor.

Mas o impacto do turismo vai além dos rios. A capital, Manaus, principal porta de entrada para os viajantes, também se beneficia diretamente, especialmente por meio da gastronomia regional. Restaurantes especializados em peixes amazônicos vêm se consolidando como parada obrigatória na jornada desses turistas.

O Grupo Engenho, que atua tanto com experiências imersivas de sabores regionais quanto com pratos de alto padrão. Com uma proposta sustentável, optou por não incluir o tucunaré no cardápio, respeitando o ciclo da pesca esportiva.

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O Grupo Engenho optou por não incluir o tucunaré no cardápio, respeitando o ciclo de turismo de pesca. Foto: Grupo Engenho

“É uma escolha ética e simbólica. O tucunaré é o peixe que nossos visitantes vêm buscar nos rios, praticando a pesca esportiva com devolução. Não faria sentido servi-lo em nossos pratos. Em vez disso, valorizamos outras espécies manejadas de forma consciente, como o tambaqui, aruanã, matrinxã e pirarucu”, explica Sidnei Dutra, diretor do Grupo Engenho.

A prática, segundo o empresário, tem sido bem recebida por clientes que se preocupam com o impacto ambiental de suas escolhas. Muitos, inclusive, chegam à região interessados em experiências que alinhem natureza, sabores e responsabilidade socioambiental.

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Gastronomia e turismo com olhar para o futuro

O modelo de atuação do Grupo Engenho vai ao encontro das tendências globais de turismo responsável, especialmente em um momento em que a Amazônia ganha protagonismo nas discussões sobre clima, biodiversidade e bioeconomia.

O Grupo Engenho optou por não incluir o tucunaré no cardápio, respeitando o ciclo da pesca esportiva. Foto: Grupo Engenho

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Com a realização da COP30 em novembro, em Belém (PA), cresce o interesse internacional por experiências sustentáveis na região. E o turismo de pesca – com sua dinâmica de baixo impacto, geração de renda local e valorização dos saberes da floresta – emerge como exemplo positivo.

“O turista que pesca o tucunaré e devolve ao rio não leva só uma foto de recordação. Ele leva uma nova percepção de mundo. Isso gera engajamento, gera cuidado com a floresta, e muitas vezes, fideliza o visitante”, afirma Rogério Perdiz, diretor do Grupo Engenho.

Dados do setor indicam que o ticket médio de um turista de pesca esportiva é até três vezes superior ao do turismo tradicional, o que fortalece economias locais, fomenta a cadeia gastronômica e incentiva a criação de empregos em regiões remotas.

Combinando vivência, sabor e propósito, a Amazônia se consolida como destino de alto padrão para viajantes em busca de experiências transformadoras. E iniciativas como a do Grupo Engenho ajudam a provar que preservar pode ser também um excelente negócio.

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