Saiba como chegar até a ilha de Parintins, no Amazonas

A “ilha da magia” é um dos destinos turísticos amazonenses mais procurados por seus atrativos culturais. Seja de avião, barco ou lancha, saiba como chegar até lá e o que aproveitar na cidade.

Ao leste do Estado do Amazonas, a margem direita do Rio Amazonas, está a “ilha da magia” amazônica. Essa é apenas uma das formas como é conhecido o município de Parintins.

O município amazonense ocupa uma área territorial de 5.956,047 km² e está distante da capital Manaus 372 km. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada em 2021 era de 116.439 pessoas, sendo o segundo mais populoso do Estado.

Conheça a história de Parintins.

Parintins está cercado pelos municípios de Urucurituba, Nhamundá, Terra Santa e Juruti (no Pará) e Barreirinha. Mas, assim como a capital, é uma das cidades mais populares do Estado por suas características culturais e atrai turistas de todo o mundo. 

Confira os principais atrativos e como chegar até a cidade: 

Foto: Yuri Pinheiro/Prefeitura de Parintins

Economia

A economia de Parintins é baseada na pecuária bovina e bubalina e na agricultura (legumes, hortaliças e frutas tropicais). A produção de carne e leite destina-se principalmente ao consumo local, mas também realiza exportação para outros municípios.


Estre as culturas temporárias estão abacaxi, juta, arroz, batata-doce, cana-de-açúcar, feijão e soja (orgânica). Já nas culturas permanentes é possível encontrar abacate, banana, cacau, café, laranja e guaraná. 

Pesca e atividades do terceiro setor, como serviços e turismo, também se destacam no município, de acordo com a Prefeitura.

Turismo

A maioria dos aspectos culturais da cidade são herdados dos grupos indígenas que habitaram a região, mas possui contribuição europeia, africana, japonesa e ainda de judeus.


Assim, as feiras de artesanato, nos meses de junho a outubro, são esperadas pela população e pelos turistas, e os materiais usados são característicos da região amazônica: madeira, raízes de árvores, cipós, palhas, sementes, fibras naturais e penas artificiais. 

A juta, trazida pelos japoneses, é usada para a fabricação de utensílios e acessórios usados, por exemplo, pelos dançarinos durante o Festival Folclórico de Parintins. 
Parintins recebe turistas do mundo inteiro durante a temporada de transatlânticos. Foto: Reprodução/Acervo Prefeitura de Parintins

Sua padroeira é Nossa Senhora do Carmo, cuja igreja em sua homenagem é um dos símbolos da cidade como ponto turístico e cartão postal. A Catedral é patrimônio cultural do Estado e o maior templo católico do médio Amazonas.

“A primeira construção da igreja em honra Nossa Senhora do Carmo, foi em 1806, na Praça do Cristo Redentor, pelo Frei Carmelita José A. das Chagas, passando a ser denominada de São Benedito e demolida em 1905 por ordem do superintendente Capitão Sarmento, após a imagem da Santa ter sido deslocada para a nova igreja instituída na Praça do Sagrado Coração de Jesus em 1895, no qual permaneceu com o nome da Padroeira até o ano de 1962.

A construção do prédio atual da igreja data de 1961, assinada pelo engenheiro italiano Giovanni Butori, que teve auxílio de Dom Arcangelo Cérqua, pela sua campanha para a edificação da Catedral de Parintins do dia 6 de abril em 1958.

A torre da Catedral foi terminada em 1981, assinado por José Ribeiro e orientado pelo engenheiro parintinense Simão Assayag. A obra tem 42 metros de altura, 176 degraus e no topo da estrutura se encontra a imagem da Padroeira”.

Fonte: Cléia Viana Guimarães – Catedral de Nossa Senhora do Carmo da Série memória, 8° edição – n° 147 – novembro – 2009 – cultura, edições do governo do estado do Amazonas

Catedral de Nossa Senhora do Carmo. Foto: Reprodução/Acervo Prefeitura de Parintins

Entre os pontos turísticos mais procurados estão:

Memorial Japonês: localizado em frente ao Bumbódromo, a praça de nome Tsukasa Uetesuka, uma homenagem em reconhecimento ao trabalho da comunidade japonesa a economia do município com o ciclo da juta.

Balneário Cantagalo: localizado na comunidade do Aninga, conta com um píer, além de quadras de areia para futebol e voleibol, serviços de bar e restaurante, lanchonete e palco para shows. Local bastante movimentado nos fins de semana e no período do festival.

Mercado Municipal: obra construída ao final do período de Intendência, século XIX, permite que o turista conheça os sabores regionais como a famosa tapioquinha. Também é possível encontrar um local específico relacionado à saúde, como ervas naturais que pode ser usado no tratamento de doenças, óleos e banhas naturais, frutas, comidas típicas e artesanatos.

Letreiro ‘Eu Amo Parintins’: inaugurado em 8 de maio de 2021, o letreiro está localizado no porto da cidade, de frente para o rio Amazonas e foi produzida pelo Coletivo Ártrua, coordenada pelo professor e artista Miguel Carneiro. É uma das obras mais populares entre turistas de todo o mundo.

Praça Cristo Redentor: localizada na orla de Parintins, é local de apresentações artísticas e local conta com serviços de bar, lanchonetes e restaurantes, além do píer utilizado para atracação de barcos regionais.

Currais de Garantido e Caprichoso: cada boi tem o seu curral e são os locais onde ocorrem os ensaios que antecipam o festival, atraindo o público para conhecer a preparação dos rivais.

E claro que não poderia faltar os triciclos, transporte símbolo de Parintins. Eles são atrativos à parte, confeccionados com sobras de ferros utilizados em estruturas alegóricas dos bois-bumbás e a parte traseira de bicicletas. Cada corrida em um triciclo varia de R$ 5,00 a R$ 20,00, dependendo da distância. Segundo dados da associação local de tricicleiros, são aproximadamente 800 triciclos que circulam na cidade. 

Eventos

O município é conhecido mundialmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no qual os bois-bumbás Garantido (vermelho e branco) e Caprichoso (azul e preto) se enfrentam.

Por conta dessa rivalidade há mais de 50 anos, a cidade é dividida por uma linha imaginária (da Catedral de Nossa Senhora do Carmo ao Centro de Convenções Amazonino Mendes – Bumbódromo), criando duas zonas: uma azul e outra vermelha. Na música, em função do evento, o destaque é a Toada.

A temporada de ensaios, festas e enfrentamento no Bumbódromo ocorre geralmente entre abril e julho.

Festival Folclórico de Parintins. Foto: Reprodução/Site oficial

Além do Festival Folclórico, eventos como o dia da padroeira da ilha, em 6 de julho, e a principal festa de carnaval, o ‘Carnailha’ (que recebe em média 40 mil pessoas), movimentam a cidade. 

Outros eventos também movimentam a cidade: o Festival de Quadrilhas e Danças e Bois Mirins, que ocorre na semana anterior ao Festival Folclórico; o Festival Folclórico do Mocambo do Arari, em julho; e o Festival de Boi em Miniatura, em agosto; além, claro, do aniversário da cidade com o Festival de Toadas de Parintins em outubro.

A gastronomia é outro atrativo à parte. Os peixes de água doce e carne de búfalo são apreciadas, sendo o tambaqui moqueado, a caldeirada de tucunaré com pirão e o tacacá alguns dos pratos mais famosos.

Como chegar 

E para chegar na popular ilha Tupinambarana, existem três formas: avião, barco e lancha:

Avião

A opção mais rápida é de avião, saindo de Manaus (AM) ou de Santarém, no Pará. De Manaus, a saída é pelo Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em uma viagem que dura cerca de uma hora, sem escala. Entretanto, é a opção mais cara, já que as passagens de ida e volta variam entre R$ 500 e R$ 4 mil, dependendo da época do ano que se escolha viajar e do número de escalas, sendo o período do Festival Folclórico (em junho) o mais caro.

Já quem sai de Santarém, no Pará, a partir do Aeroporto Internacional de Santarém Maestro Wilson Fonseca, a viagem dura de 7 horas até 23 horas, dependendo de quantas escalas serão feitas. Com a opção de uma escala, os passageiros passam pelo Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, e então seguem para Parintins, enquanto quem opta por voos com duas escalas, o voo sai do Aeroporto Internacional de Santarém indo até o Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans – Júlio Cezar Ribeiro, em Belém, prosseguindo posteriormente para o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, seguindo até o Aeroporto Júlio Belém, em Parintins. 

Barco

O trajeto de barco de Manaus a Parintins é o mais barato, mas também o mais longo: a viagem dura entre 14 e 18 horas percorrendo o rio Amazonas, dependendo do tamanho da embarcação. O retorno para Manaus também é um pouco mais demorado, entre 24 e 30 horas. 

Saindo de Santarém, no Pará, também é a opção mais barata para quem deseja ir ao festival. A viagem, entretanto, também é longa, durando um pouco mais de 11 horas e meia, navegando também pelo Rio Amazonas.

Os valores das passagens para 2022 estão entre R$ 350 a R$ 400, na área da rede, e entre R$ 3.000 a R$ 4.000 no camarote (cotação realizada em março, levando-se em consideração o período mais procurado, em junho).   

Os barcos oferecem alimentação e alguns são equipados com ar-condicionado. Os passageiros podem aproveitar para conhecer e registrar as belezas da Amazônia durante o trajeto.

Leia também: Conheça os tipos de embarcações mais usados na Amazônia

Foto: Ingrid Anne/Manauscult

Lancha

Para chegar mais rápido ainda pelo rio Amazonas, é possível viajar em um barco menor, a lancha. A viagem dura em torno de oito a dez horas, saindo do Porto de Manaus. Mas, entre as opções fluviais, ela é considerada mais cara. Uma lancha possui capacidade de até 90 pessoas e é semelhante a um ônibus fluvial.

A viagem de lancha, de Parintins a Manaus dura cerca de 8 a 10 horas, subindo o Rio Amazonas (contra em média 22 horas de barco), e de Manaus a Parintins dura cerca de 6 a 8 horas, descendo o Rio Amazonas (contra em média 16 a 18 horas de barco).

Os valores das passagens de lancha para 2022 (cotação março), na alta temporada, eram de R$ 400 a R$ 500 (ida), saindo de Manaus, e entre R$ 100 a R$ 500 (volta).  

Foto: Ingrid Anne/Manauscult

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