Portal Amazônia responde: o que é turismo de base comunitária?

Além do turismo tradicional, a modalidade consiste no fato em que determinada comunidade é a protagonista da experiência turística.

Conhecer diferentes culturas, tradições, pessoas e participar de uma imersão em um lugar totalmente diferente da sua realidade social. Parece uma experiência fantástica, certo?

Para além do turismo tradicional, existe uma modalidade intitulada ‘turismo de base comunitária‘, no qual determinada comunidade é a protagonista da experiência turística.

Esse tipo de turismo promove uma experiência imersiva e a valorização da cultura local, dando visibilidade e voz para essas culturas, além de fortalecer o senso de identidade.

O Portal Amazônia mostra como o turismo comunitário permite uma maior integração com a natureza e menor impacto negativo nas comunidades. Confira:

Turismo de base comunitária no Tocantins. Foto: /Belezas do Prata

Afinal, o que são comunidades tradicionais?

Antes de compreender sobre o turismo de base comunitária é necessário entender o que são e como se caracterizam as comunidades tradicionais. 

De acordo com o Manual Caiçara de Ecoturismo de Base Comunitária do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as comunidades tradicionais são grupos que possuem culturas diferentes da cultura predominante na sociedade e se reconhecem como tal.

“Esses grupos se organizam de formas distintas, ocupam e usam territórios e recursos naturais para manter sua cultura, tanto no que diz respeito à organização social quanto à religião, economia e ancestralidade. Na utilização de tais recursos, aplicam conhecimentos, inovações e práticas que foram criados por eles próprios e transmitidos oralmente e na prática cotidiana pela tradição. Para ser reconhecido como comunidade tradicional, o grupo precisa trabalhar com desenvolvimento sustentável”,

explica o manual do ICMBio.

Ao todo, estima-se que cerca de 4,5 milhões de pessoas façam parte de comunidades tradicionais atualmente no Brasil, ocupando 25% do território nacional, sendo representados por caboclos, caiçaras, extrativistas, indígenas, pescadores artesanais, quilombolas, ribeirinhos, entre outros. 

TBC e sustentabilidade 

TBC é a sigla usada para o turismo de base comunitária. Nessa modalidade, os moradores de comunidades recebem os turistas, visitantes, para realizarem atividades que mostrem a rotina da comunidade.

É assim que os visitantes aprendem a cultura e os costumes da comunidade. É uma relação de afinidade entre morador e turista. Vale ressaltar que o turismo comunitário tem como base também a sustentabilidade. Diferentemente do “turismo de massa”, a imersão é mais profunda e com um intenso contato com a natureza.

Essa modalidade além de promover a valorização da cultura local de maneira sustentável através de um turismo “mais humano”, gera emprego e renda para as famílias, pelo turismo em si, mas também por promover a venda de comida, arte, artesanatos e artefatos da comunidade no geral.

Foto: Reprodução/Blog Quanto Custa Viajar

Pontos negativos

No entanto, assim como toda atividade turística, há o alerta que o turismo comunitário também pode ocasionar impactos negativos para a população, por meio de fatores que desrespeitem a comunidade, como:


  • Produção de lixo, principalmente os que não se decompõem na natureza;
  • falta de respeito com cultura e com a privacidade das pessoas;
  • risco de transmissão de doenças;
  • exploração e/ou manipulação da mão-de-obra comunitária;
  • utilização de espécies da fauna, flora e minerais como matéria-prima de artesanato, sem o devido cuidado ou permissão;
  • comércio de artesanato abaixo do valor justo.
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