Metodologia de assistência técnica muda realidade de fazendas de bovinocultura leiteira em Tocantins

O esforço dos produtores e federações para o crescimento da bovinocultura leiteira no estado tem gerado aumento na produção de leite, que gera esperança a centenas de produtores de pequeno porte.

Foto: Reprodução/YouTube – Amazon Sat

Em Augustinópolis, no Norte de Tocantins, as metodologias ensinadas pelas equipes técnicas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) tem contribuído para mudanças significativas em pequenas propriedades que os técnicos acompanham, mudando o cenário econômico da região. 

O esforço dos produtores e federações para o crescimento da bovinocultura leiteira no estado tem gerado aumento na produção de leite, que gera esperança a centenas de produtores de pequeno porte que desejam investir na área, mas que, sem o auxílio necessário, acabam colocando em risco todo o esforço e investimento financeiro, como aconteceu com o produtor Antônio Apolônio.

“As coisas estavam indo de mal a pior antes da equipe do Senar chegar. Eu ia parar com a produção de leite, ia desistir, mas com o acompanhamento deu uma melhorada nas coisas. Em termo de pasto, sistema de cerca, me ajudaram com o corredor, aumentamos a quantidade de pasto e entre outras melhorias”, disse o produtor. 

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Segundo a equipe técnica do Senar, a propriedade de Antônio tornou-se uma prioridade, pois ele já estava desistindo da atividade. Eles afirmam que, assim como os demais produtores, as dificuldades para iniciar o trabalhos de acompanhamento são as mesmas. 

“Sempre tem a descrença do produtor em relação a implantação de novas tecnologias. Eles já viram outros produtores implantando sem acompanhamento e sem resultado, foram induzidos a fazerem investimentos e depois foram abandonados sem acompanhamento e ficaram no prejuízo”, explicou a equipe técnica.

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Um sistema de controle com os próprios animais e uma vigilância mais firme com o financeiro torna a administração da propriedade mais ágil, pontua a equipe:   

“A falta de dados financeiros e zootécnicos prejudica. A maioria dos produtores não sabe a idade das matrizes, quantidade de cria, intervalo de partos, nem produção média diária e outros”. 

Tecnologia simples e barata 

“A principal tecnologia para uma produção de leite viável é o investimento em pastagem. Na região, é o melhor alimento em relação a custo benefício. A forma mais fácil de manejar corretamente uma pastagem é o ‘rotacionado’, ou seja, intensificação de pequenas áreas que viabilizam a adição de adubação constante”, informou o Senar.  

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A produção do leite é baseada em nutrição, sanidade e genética do rebanho, “um tripé importantíssimo”:

  • Investe-se em alimentação, volumoso de qualidade e em quantidade adequada aos animais durante todo o ano (inverno e verão), sem mudanças bruscas na dieta diária das matrizes.
  • Implantação de um calendário sanitário que é de suma importância para o controle das medicações a serem utilizadas no rebanho, atentando aos prazos de aplicação e na alternância de princípio ativo a cada dois anos (evitar a resistência). 
  • Trabalha-se com genética, podendo o produtor aderir à inseminação artificial ou mesmo na troca de reprodutor e matrizes.                                                                                                         

Elevação de genética dos animais sem aumentar custos

De acordo com a equipe do Senar Tocantins, é possível elevar a genética de uma propriedade sem aumentar os custos, fazendo a seleção do seu próprio rebanho. A partir dos dados zootécnicos de persistência de lactação, intervalo de parto, período de serviço e produção média diária da matriz, as bezerras devem permanecer na propriedade para compor o rebanho.

Essa forma de seleção genética demanda tempo ao produtor, visto que o ciclo para a produção de uma matriz leva pelo menos três anos. 

A equipe reafirma e lista as principais técnicas colocadas em prática quando se trata de pastagens para a melhoria da alimentação do animal:

  • Implantação de rotacionado visando à intensificação da pastagem;
  • Oferta volumosa no ponto correto, as matrizes devem comer ponta de capim todo dia;
  • Roço de talos das touceiras de capim para maximizar a área foliar;
  • Entrada nos piquetes no final do dia, horário mais propício ao pastoreio, devida à baixa temperatura;  
  • Adubação e correção do solo, visando a disponibilidade de nutrientes na pastagem;
  • Proximidade da pastagem e do curral de manejo, evita que os animais percorram grandes distâncias todos os dias;
  • Controle de carrapatos e outros parasitas na pastagem com uso de fungos (controle biológico);
  • Adubação orgânica, que melhora a saúde da pastagem e evita a disseminação de pragas e doenças como ervas daninhas, lagartas e cigarrinhas.
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