Uma movelaria comunitária dos moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Igapó-Açú, localizada no Km 260 da BR-319, no município de Manicoré (AM), foi inaugurada no último dia 15 de maio. A instalação da unidade de beneficiamento da madeira, foi realizada em conformidade com as normas legais de construção e meio ambiente, para desenvolver a cadeia produtiva de madeira manejada na RDS Igapó Açú. Este empreendimento, coordenado pela Cooperativa de Manejadores do Igapó-Açú (Coopmaia), tem como objetivo gerar renda para as famílias desta Unidade de Conservação.
A atividade faz parte do projeto ‘Cidades Florestais Madeira-Purus’, executado pelo Idesam e Casa do Rio, e conta com o apoio da SEMA por meio do DEMUC. Este projeto, iniciado em 2020, busca fomentar cadeias produtivas sustentáveis, melhorar a gestão das organizações sociais e reduzir a vulnerabilidade financeira das unidades de conservação situadas no bloco Madeira-Purus, que inclui a RDS Igapó-Açú. A iniciativa é executada pelo Idesam no âmbito do Legado Integrado da Região Amazônica (LIRA), com apoio financeiro do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), do Fundo Amazônia/BNDES e da Fundação Gordon e Betty Moore.
Frederico Felipe, artista e articulador comunitário e Rodrigo Silveira, designer marceneiro, ambos apoiadores da movelaria, pretendem deixar ideias de produtos e protótipos encaminhados para que a comunidade possa produzir de forma autônoma. Além de incentivar a criatividade, a ideia dos voluntários é proporcionar rentabilidade para que as pessoas possam permanecer na região com retorno financeiro e simbólico.
Segundo Robert Viana, técnico florestal do Idesam, o projeto está intimamente ligado à conservação da floresta e ao uso sustentável dos recursos, aliado ao objetivo de gerar renda para as famílias e comunidades. “Essa iniciativa traz bem-estar, novas oportunidades, conhecimento e tecnologias aplicáveis aos produtos da sociobiodiversidade, agregando valor aos recursos abundantes, mas que devem ser conservados”, explica Viana.
O impacto social do projeto inclui a criação de produtos que agregam valor e geram renda, além de envolver a comunidade e a escola mais próxima, em discussões sobre questões ambientais e a geração de renda legalizada. “Nós somos apenas uma ponte para que este projeto aconteça. O grande resultado é da comunidade, com o uso sustentável dos recursos para comercialização futura. Essa movelaria traz oportunidades tanto para os pais que vão trabalhar nela, quanto para os filhos que vão conhecer onde está a origem desses produtos”, destaca Viana.
*Com informações do Idesam