Festival de Parintins 2024 terá primeiro item Carbono Neutro

Em parceria com o Idesam, a cunhã-poranga Marciele Albuquerque, do boi Caprichoso, irá plantar árvores para compensar suas emissões de carbono pelo período de seis meses.

Mais de 120 mil pessoas devem passar pelo Festival Folclórico de Parintins, que acontece entre os dias 28 e 30 de junho. Como um verdadeiro símbolo da Amazônia e uma das manifestações culturais mais importantes do Brasil, o Festival também é uma importante ferramenta de promoção e conscientização ambiental. Pensando nisso, Marciele Albuquerque, cunhã-poranga do boi Caprichoso, realiza o processo de carboneutralização de suas atividades de item oficial. A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), que também realizará outras ações de conscientização do público durante o Festival.

Por meio do Projeto Carbono Neutro (PCN), o Idesam está medindo as emissões de Gases do Efeito Estufa (GECC) de Marciele desde janeiro até o término do Festival. O inventário das emissões contempla consumo de energia elétrica e deslocamentos terrestre e aéreo. A estimativa é que o trabalho seja concluído no mês de julho.

O plantio acontecerá na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, localizada no interior do Amazonas. O diferencial da iniciativa é a técnica de produção utilizada, o Sistema Agroflorestal (SAF). Ele consiste na criação de um espaço produtivo o mais parecido possível com uma floresta original, combinando diferentes espécies agrícolas e florestais. As mudas serão plantadas em propriedades de famílias parceiras do Idesam, levando diversidade alimentar e gerando renda.

“Minha relação com a natureza vem de casa, aprendi com minha família. Eu sou filha da terra, sou munduruku e a Amazônia me inspira! Este ano, minha parceria com o Idesam tem algo que cabe no momento que estamos vivendo, de emergência climática: ser o primeiro item carbono neutro do Festival de Parintins é minha evolução dentro e fora da arena. Com esse tipo de ação, todos saem ganhando”, destaca Marciele Albuquerque.

Com mais de uma década de atuação na RDS do Uatumã, o Idesam já plantou 50 mil árvores, neutralizando aproximadamente 10 toneladas de carbono (tCOe) com a restauração de 65 hectares (ha). O Projeto ainda conta com a parceria de 40 famílias.

Marciele Albuquerque. Foto Bruno Mello

“O CO2 desempenha um papel importante para que exista vida no planeta, mas quando liberado em excesso causa efeitos devastadores e um desses efeitos são as mudanças climáticas. Nosso objetivo é conectar pessoas à floresta por meio do plantio de árvores, tornando possível que elas se responsabilizem pelo impacto causado ao planeta”, afirma Kate Guimarães, coordenadora do Projeto Carbono Neutro do Idesam.

Atualmente o PCN conta com três modalidades de parceria: calculadora no site, voltada para pessoa física; inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), voltado para pessoa jurídica; e plantio voluntário, voltado para ambos. O inventário de GEE é o cálculo organizado para Marciele. Para isso, é utilizada uma ferramenta de cálculo adaptada ao contexto brasileiro pelo Programa Brasileiro GHG Protocol. Neste processo, primeiro são levantadas as emissões, em seguida é feito o cálculo com o total estimado para, consequentemente, identificar a quantidade de árvores a serem plantadas.

Cada árvore plantada pelo Idesam pode ser rastreada na plataforma de plantio disponível no site da organização. Além de garantir o pleno desenvolvimento das mudas ao longo do tempo, sabe-se exatamente onde a árvore foi plantada e qual é a família parceira da iniciativa.

*Com informações do Idesam

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