Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis são 17 e não é impossível aplicar todos, mas cada empresa deve analisar quais lhe cabem e fazem sentido com serviço que oferecem. Mas você sabia que em Manaus uma empresa já consegue aplicar 14 deles?
Um dos principais fornecedores da indústria automotiva, a Visteon é uma empresa que está no epicentro da revolução da condução de automóveis conectados. A empresa projeta e fabrica produtos eletrônicos para cabines de veículos e soluções para carros conectados. Mas que outro destaque teria esse tipo de empresa? Pensamento sustentável em todos os seus âmbitos.
A Visteon Amazonas ganhou destaque nacional ao ser certificada com o BV 360 ESG em abril deste ano. Trata-se de um selo que confirma o comprometimento das empresas com os princípios ambientais, sociais e de governança (ESG, sigla em inglês). Criada em 1999, a empresa está empenhada a seguir dentro das boas práticas para trazer confiança para os funcionários, além de se tornar referência quanto ao conjunto da ESG e seus pilares.
O esforço tem sido refletido no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), da Agenda 2030. Dos 17 objetivos, seria possível uma empresa aplicar todos? A Visteon tem encontrado oportunidade de trabalhar com eles e já chegou a 14.
De acordo com a coordenadora de RH e ESG da Visteon, Yanna Carneiro, o processo de mudança cultural da empresa tem sido aplicado há seis anos. Porém, em 2021, a equipe iniciou de fato a busca pelo ESG. O primeiro passo foi o diagnóstico das iniciativas. Em seguida, foi preparada a capacitação e definição do comitê. “Entendemos que era o momento certo para validar a empresa no ESG, então chamamos uma certificadora para auditar os processos e, dessa forma, obter o certificado”, explicou ao Portal Amazônia.
Para atender os ODS, que andam em conjunto com o ESG atualmente, a empresa buscou entender como funcionava este universo e o que já aplicava mesmo sem saber que fazia parte do novo sistema de prioridade sustentável que tem se visto desde o início dos anos 2000. Para isso, a empresa criou uma matriz de materialidade que servisse de orientação.
“Essa matriz que vai nortear nossas ações para que a gente não fique desenvolvendo programas e projetos sem objetivos”,
destacou Yanna.
Valorização
Os programas da Visteon abraçam todos os pilares da ESG: ambiental, social e de governança. Mas vamos nos deter em um que ainda precisa ser mais difundido de modo que se torne de fácil compreensão para todos: a governança.
Para Yanna, que se especializou no tema, a parte mais importante de todo esse processo é o funcionário. São os projetos internos da empresa voltados à governança, à gestão, que valorizam os colaboradores.
“Temos diversos projetos dentro do processo de governança. Acreditamos que a gestão humanizada dá um bom resultado”,
disse.
Mas o que isso quer dizer? Na Visteon é a atenção ao bem estar e saúde dos funcionários.
Entre os principais projetos da empresa nesse sentido, destacam-se:
– Great Place to Work (GPTW – Bom lugar para trabalhar), que valida ideias dos funcionários, seus direitos e conforto em seu trabalho;
– Top Employers, que é o processo de avaliação da gestão;
– Dia da família, uma data especial para integrar as famílias dos funcionários com a empresa;
– Mês do Orgulho, com várias atividades voltadas para a conscientização LGBTQIAP+;
– Podcast sobre diversidade e inclusão em que, a cada três meses, os funcionários têm acesso a entrevistas que abordam tema como mulheres na ciência, autismo e mercado de trabalho, entre outros.
Inclusão e recertificação
Antes do ESG, a Visteon preparava ações setorizadas e, a partir de 2022, a equipe passou a integrar novas demandas e conseguiu levar tudo em uma única direção. Hoje, a empresa desenvolveu uma visão macro e consegue organizar as ações de uma maneira única.
“A gente tem uma pesquisa para entender como os colaboradores estão percebendo tópicos como a diversidade, equidade e inclusão dentro da empresa”, destacou Yanna, que ressaltou ainda essa participação dos funcionários como o principal fator para o sucesso nas conquistas do ESG.
Agora, a diretoria da Visteon se prepara para conseguir a recertificação que está marcada para dezembro deste ano. “A gente está trabalhando para conseguir a recertificação. Não queremos que isso seja superficial. A ideia é manter o nível e conseguir o selo para garantir a qualidade dos nossos processos”, disse Yanna.
ESG e ODS
ESG é uma sigla em inglês (environmental, social and governance) que une práticas ambientais, sociais e de governança em uma organização. O termo surgiu desde 2004, timidamente, mas ganhou cada vez mais atenção por estar relacionado com as práticas socioambientais e credibilidade empresarial.
De acordo com o Pacto Global, “uma empresa que está em conformidade com práticas ESG entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles”.
Aquecimento global, poluição, energias renováveis, responsabilidade social, direitos humanos, equidade de gênero, luta contra a fome, medidas anticorrupção, estrutura organizacional, são apenas alguns aspectos ligados às práticas ESG e também às ODS.
A Agenda 2030 é o principal guia para empresas ou organizações se adequarem às práticas ESG. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), definem quais desafios sociais, ambientais e de governança o planeta enfrenta, que devem ser colocados como prioridades na agenda para orientar o futuro da humanidade até o ano de 2030. Conheça os ODS:
Glocal Experience Amazônia
A Glocal Experience nasceu em maio de 2022 no Rio de Janeiro. Em Manaus (AM), acontece pela primeira vez entre os dias 26 e 28 de agosto, com realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM).
O evento ocupa o Centro Histórico da cidade com uma vasta programação com classificação livre e que passeia pelo universo das artes, temas socioambientais e discute uma Amazônia com proporções globais e que olha para o território propondo soluções locais, pautadas em ESG e ODS.
Para a diretora executiva na FRAM, Marcya Lira, o evento é uma das formas de transformar a capital amazonense em um das cidades que pauta a sociedade civil e a esfera governamental tanto nos 17 ODS quanto no ESG de modo geral.
“A Fundação tomou conhecimento sobre o evento que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado, onde nós estivemos presentes inclusive com a participação do presidente do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior. Através dessa participação nós pudemos ver a grandeza desse evento e foi quando decidimos nos aproximar da Dream Factory e fazer uma parceria. Hoje estamos com esse evento na cidade de Manaus com vistas a trazer cada vez mais essa discussão a cerca do desenvolvimento sustentável e ancorar essas ações também para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém, no Pará”, explica.
Ainda segundo Marcya, incluir a população amazônida no protagonismo desses eventos se torna uma missão em direção aos propósitos da instituição, mas principalmente do desenvolvimento da região.
“A Glocal fomenta, cada vez mais, a importância da Amazônia, e faz com que o mundo possa enxergar a Amazônia com os olhos de quem vive na região, que fala com a propriedade com que lhe é devida”, afirma.
A Glocal Experience Amazônia tem o apoio do Governo do Amazonas, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria do Meio Ambiente, Navegam e Parque Mosaico; idealização e operação Dream Factory; e realização Fundação Rede Amazônica.