Foto: Filipe Jazz/TCE-AM
A qualidade do ar em Manaus (AM) voltou a ser tema de atenção em 2024, quando a capital amazonense enfrentou um dos episódios mais críticos de fumaça provocada por queimadas em áreas próximas. Naquele período, a cidade registrou elevados índices de poluição atmosférica, com concentração de material particulado acima dos níveis recomendados por órgãos internacionais de saúde.
A situação levou autoridades a emitirem alertas para a população, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição a poluentes resultantes da queima de biomassa pode causar desde irritações nos olhos e garganta até complicações respiratórias mais graves, incluindo crises de asma, bronquite e agravamento de doenças cardiovasculares.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) destacou em relatórios que a fumaça decorrente das queimadas contém partículas finas capazes de penetrar profundamente nos pulmões e atingir a corrente sanguínea, elevando o risco de problemas à saúde em curto e longo prazo.
Durante a crise de 2024, órgãos de saúde recomendaram medidas emergenciais para reduzir a exposição. Entre as principais orientações estava o uso de máscaras com filtro, como as do tipo PFF2 ou N95, que ajudam a bloquear partículas suspensas no ar. Além disso, recomendava-se evitar atividades físicas ao ar livre, manter as janelas fechadas e usar panos úmidos para vedar frestas em portas e janelas, reduzindo a entrada de fumaça em ambientes internos.
Outro ponto ressaltado por especialistas é a importância da hidratação constante. Beber água regularmente auxilia o organismo a se recuperar da irritação provocada pelas partículas inaladas e a manter as vias respiratórias úmidas, o que diminui a sensação de desconforto.
Pessoas que já apresentavam quadros respiratórios foram orientadas a reforçar o uso de medicamentos prescritos e a procurar atendimento médico em caso de sintomas como falta de ar, dor no peito ou tosse persistente.
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Recomendações de cuidados essenciais
👶 Crianças
- Evitar exposição externa: manter dentro de casa sempre que possível.
- Máscaras adequadas: usar máscaras de proteção (preferencialmente PFF2/N95) em caso de necessidade de sair.
- Hidratação frequente: oferecer água em intervalos regulares, mesmo que a criança não peça.
- Ambiente interno saudável: manter janelas fechadas, usar toalhas úmidas em frestas e, se possível, purificadores de ar.
- Atividades físicas: suspender atividades ao ar livre, especialmente exercícios.
- Atenção a sintomas: observar sinais como tosse persistente, chiado no peito, falta de ar ou irritação nos olhos.
👴 Idosos
- Evitar esforço físico: não realizar atividades pesadas durante períodos de fumaça intensa.
- Uso de medicamentos: manter uso correto de medicações de rotina (para pressão, coração ou doenças respiratórias).
- Hidratação constante: beber bastante água para manter mucosas úmidas.
- Ambiente controlado: permanecer em locais fechados, limpos e, se possível, climatizados.
- Máscaras de proteção: utilizar sempre que for necessário sair.
- Monitorar saúde: ficar atento a sinais de agravamento de doenças respiratórias ou cardíacas (falta de ar, cansaço, palpitação).
🚨 Recomendações gerais
- Acompanhar alertas da Defesa Civil e órgãos de saúde.
- Buscar atendimento médico imediato em caso de dificuldade para respirar, dor no peito, tontura ou sintomas graves.
- Seguir orientações dos planos municipais de contingência.
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As escolas e instituições públicas também precisaram adaptar suas rotinas. Em alguns dias de maior intensidade da fumaça, houve suspensão parcial de aulas presenciais e recomendação para que crianças permanecessem em casa.
Hospitais e unidades de pronto atendimento registraram aumento expressivo no número de casos relacionados a complicações respiratórias, o que evidenciou a necessidade de preparo prévio do sistema de saúde para esse tipo de evento sazonal.
Além dos cuidados individuais, a ventilação adequada em ambientes fechados foi apontada como uma medida importante. O uso de aparelhos de ar-condicionado com filtros limpos ou de purificadores de ar domésticos pode contribuir para a melhora da qualidade do ar interno.
Em regiões onde esses recursos não estavam disponíveis, órgãos públicos recomendaram a criação de espaços coletivos fechados e climatizados, funcionando como refúgios temporários para grupos de risco durante os dias de pior qualidade do ar.
A Secretaria Municipal de Saúde reforçou, ainda em 2024, a importância da vacinação contra a gripe e outras doenças respiratórias. A justificativa foi que infecções respiratórias virais podem se agravar em cenários de poluição atmosférica, aumentando a vulnerabilidade da população exposta. As unidades básicas de saúde passaram a distribuir material informativo com instruções sobre como agir durante períodos de fumaça intensa.
Acompanhamento da qualidade do ar
Os dados mais recentes mostram que, em episódios de degradação da qualidade do ar, o tempo de exposição é determinante para os efeitos na saúde. Enquanto exposições curtas podem causar apenas desconforto momentâneo, a permanência em áreas afetadas por vários dias consecutivos eleva significativamente os riscos.
Por isso, os órgãos de monitoramento ambiental recomendam acompanhar diariamente os índices de poluição atmosférica, da qualidade do ar, divulgados em plataformas oficiais, como os boletins do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e da própria prefeitura de Manaus.
Em situações de emergência, como a enfrentada na capital em 2024, a população é orientada a manter kits básicos de prevenção em casa, contendo máscaras, colírios lubrificantes, soro fisiológico e medicamentos de uso contínuo para doenças respiratórias. O objetivo é garantir resposta rápida diante de crises desencadeadas pela má qualidade do ar.
Assim, os cuidados adotados em períodos de fumaça decorrente de queimadas envolvem tanto a prevenção quanto o acompanhamento constante da saúde. A experiência vivida por Manaus em 2024 evidenciou a necessidade de medidas simples, mas eficazes, para minimizar os impactos da poluição atmosférica no bem-estar da população.
