Óleo de copaíba no combate à tuberculose? Entenda

Uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz realizou um estudo com a copaíba, que é reconhecida como planta medicinal e com ação anti-inflamatória

O uso de plantas, frutos e outros elementos para fins medicinais é uma realidade na região amazônica. Costume passado geração após geração, seja nos municípios interioranos ou na capital, a fitoterapia consiste no estudo de plantas medicinais e suas aplicações na cura de doenças.

Aliado a esse fator, a tuberculose é uma das doenças que mais afetam pessoas no mundo. Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas – um terço da população mundial – estejam infectadas pelo bacilo da tuberculose, que mata aproximadamente 2 milhões por ano no mundo todo.

No Amazonas, em 2021, foram registrados 3.209 casos de tuberculose. Os números são da Fundação de Vigilância em Saúde do estado. Contudo, existe um estudo realizado em 2010, mas com efeitos que podem perpetuar até os dias de hoje.

O Portal Amazônia mostra agora a importância do óleo de copaíba e seu uso no combate à tuberculose:

Foto: Reprodução/Arena Marcas e Patentes

Após mais anos sem o surgimento de novas drogas contra a tuberculose, uma substância extraída do óleo da copaíba (Copaifera sp), planta originária da Amazônia, pode ser  a base de um fitomedicamento – medicamento de origem vegetal – a ser usado no tratamento da doença.

O princípio ativo, identificado e isolado, mostrou ser eficaz e apresentou atividade antibacteriana em testes in vitro – feitos em macrófagos (células que fagocitam elementos estranhos ao corpo) infectados – e in vivo, em camundongos.

O estudo foi conduzido pela equipe do Laboratório de Farmacologia Aplicada do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz.

Reconhecida como planta medicinal, a copaíba começou a ser pesquisada por sua ação anti-inflamatória. “Isolamos um dos princípios presentes e vimos que ele tinha atividade contra a tuberculose. Fizemos isso por curiosidade, uma vez que estávamos pensando no processo inflamatório da tuberculose”, contou a pesquisadora que fez parte da pesquisa na época, Maria das Graças Henriques.

A partir daí, o grupo passou a investigar se a substância mataria a bactéria causadora da doença. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores administraram doses por via oral da substância em camundongos e coletaram o material do pulmão dos animais para então fazer um teste bacteriológico.

 Resistência ao fitomedicamento

A resistência existente em relação a fitoterápicos no tratamento da tuberculose pode ser considerada um problema. Um dos fatores é que a quantidade da substância que encontramos em uma planta de uma determinada região não é a mesma que se encontra em outra região. As condições climáticas e do ambiente também são fatores que influenciam.

A tuberculose atinge majoritariamente populações de baixa renda. Por isso, é necessário que se o medicamento seja economicamente viável. Para isso, seria necessário isolar a substância ativa ou de sintetizá-la. 

Nos últimos três anos, o  Amazonas registrou em média 3.102 casos por ano no estado, como mostra o infográfico a seguir:

Arte: Isabelle Lima/Portal Amazônia

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade