Saiba o que é o inverno amazônico e por que o Amazonas vive a estação 'peculiar'
O amazonense costuma dizer que em Manaus existe apenas duas estações no ano: verão e calor. Mas, brincadeiras à parte, a população está curtindo o clima ameno na capital, que inclui pancadas de chuva durante o decorrer do dia. As chuvas e os dias nublados nesse período são característicos do Inverno Amazônico, que ocorre entre dezembro e maio, em estados do Norte.
O Portal Amazônia entrevistou especialistas que falaram sobre o inverno amazônico, suas características e peculiaridades. De acordo com o professor Naziano Filizola, doutor em hidrologia e geologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a questão do chamado inverno amazônico é uma denominação popular para o período de grande intensidade pluviométrica (chuvas) nas região.

Filizola afirma que, por ser uma denominação popular, não há uma definição técnica do "inverno" Amazônico. "O que é preciso para entender o fenômeno é saber que neste período a região Amazônica está sob forte influência de uma zona de convergência de umidade, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Esta zona de convergência, materializa na atmosfera a região de encontro das massas de ar carregadas de umidade que são trazidas para a área equatorial pelos ventos alísios que vêm tanto de sudeste (do hemisfério sul) quanto de nordeste (do hemisfério norte) do planeta", disse.
Por ser um fenômeno relacionado à movimentação de massas de ar em torno da linha do equador, esta zona é conhecida também como equador climático, ainda segundo informações de Filizola.
O chefe da Divisão de Meteorologia do Centro Regional do Censipam e Manaus (CR-MN), Ricardo Dallarosa, explica que a localização do Amazonas, próximo ao equador, leva o estado a ter apenas duas estações.
"Devido à região se encontrar próximo ao equador, a variação da posição solar sobre ela é pequena, o que não acontece nas latitudes temperadas, onde o sol descreve um movimento bastante distinto entre diferentes períodos do ano. Nesse caso, observamos que os verões apresentam um dia solar (foto-período) mais longo que a noite, e situação inversa no inverno. Essa diferença do foto-período entre as estações é maior quanto maior for a distância em relação ao equador", afirmou.
E depois do inverno amazônico, o verão começa de imediato? O meteorologista do grupo Rede Amazônica, Gustavo Ribeiro, afirma que não. Ao Portal Amazônia, ele informou que, entre os períodos, a Amazônia tem as estações de transições, que duram aproximadamente dois meses entre eles.
"Seria algo equivalente as estações da primavera e outono. E lembrando, como a região Amazônica é extensa, as estações chuvosa e seca não acontecem na mesma época, isto é, quando é período chuvoso nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia, é período seco em Roraima", contou.
Prejuízos
E depois do inverno amazônico, o verão começa de imediato? O meteorologista do grupo Rede Amazônica, Gustavo Ribeiro, afirma que não. Ao Portal Amazônia, ele informou que, entre os períodos, a Amazônia tem as estações de transições, que duram aproximadamente dois meses entre eles.
"Seria algo equivalente as estações da primavera e outono. E lembrando, como a região Amazônica é extensa, as estações chuvosa e seca não acontecem na mesma época, isto é, quando é período chuvoso nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia, é período seco em Roraima", contou.
Prejuízos
Para o Dallarosa, o grande problema das chuvas no Amazonas é o prejuízo para a população, principalmente os que habitam áreas de risco, como morros e igarapés. "O inverno amazônico é responsável pela elevação nos níveis dos rios, causando transbordamentos e inundações. Lembramos que as cidades na Amazônia Ocidental localizam-se, via de regra, junto às margens dos rios e, portanto, podem sofrer com tais processos. Grandes alagamentos ou inundações tendem a produzir necessidade de deslocamento de animais e pessoas para áreas mais elevadas, com prejuízos materiais (econômicos) e problemas de saúde pública nas populações atingidas", destaca Dallarosa.
Veja mais notícias sobre Amazônia.
Comentários: