Foto: Pablo Felippe/Coordcom/UFRR
A pesquisa ‘Determining the content of paracetamol using machine learning with the use of a smartphone‘, realizada por meio de uma parceria entre Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Instituto Federal de Roraima (IFRR), recebeu a premiação de melhor pôster na categoria Quimiometria no 9º Congresso Ibero Americano de Química Analítica (Ciaqa), ocorrido em Belém em setembro deste ano.
A pesquisa trata da quantificação de paracetamol usando a inteligência artificial com o uso de um smartphone. Participaram da elaboração do estudo o grupo de pesquisa em Quimiometria do Extremo Norte da Amazônia junto com integrantes do Departamento de Química e da Escola Agrotécnica da Universidade Federal de Roraima (UFRR), além de docentes do Instituto Federal de Roraima (IFRR).
O estudo é realizado dentro de uma área da química chamada de Quimiometria que se concentra em auxiliar no entendimento de dados que são oriundos de análises químicas facilitando o planejamento e o desenvolvimento de métodos e modelos estatísticos voltados para diversas aplicações.
Conforme explica o professor do curso de química da UFRR, Francisco dos Santos Panero, os pesquisadores buscaram a quantificação de paracetamol nas formulações farmacêuticas utilizando para isso imagens digitais adquiridas com um smartphone e uma técnica de inteligência artificial.
“A pesquisa teve origem na monografia de graduação da aluna egressa Sara Thayna Fernandes Rocha do curso de Química, que teve a minha orientação. Posteriormente a pesquisa foi ampliada e houveram novos testes e novos colaboradores na pesquisa”, conta o professor.
A professora da UFRR, Mirla Janaina Augusta Cidade, que representou o grupo de pesquisa no congresso apresentando o pôster, destaca que o método de medição utilizado no estudo é realizado de modo simples, porém bastante eficaz.
“A técnica envolve uma reação química que muda a cor da solução, capturada pelo celular com o app PhotoMetrix-Pro®. Usando essas imagens, o estudo consegue determinar a concentração de paracetamol de forma precisa e acessível”, explica.
“O método tem sido inovador e uma alternativa promissora se comparada com as determinações tradicionais, que demandam a utilização de muitos reagentes, alto tempo de análise, equipamentos de custo elevado e mão de obra especializada e infraestrutura laboratorial mais elaborada”, destaca também Francisco Panero.
Além da aluna Sara Rocha e dos professores Francisco Panero e Mirla Cidade, também participaram da pesquisa o professor da Eagro/UFRR, Wilson Botelho Nascimento Filho, a aluna do curso de química, Rosana Ferreira de Sousa e o professor do IFRR, Pedro dos Santos Panero.
Com uma pesquisa envolvendo a parceria entre duas instituições públicas federais, para Mirla esse tipo de união é fundamental e o resultado positivo demonstra a importância e a qualidade da ciência roraimense.
“Essa interação entre as instituições (UFRR e IFRR) e pesquisadores para soluções de demandas atuais é primordial. O reconhecimento recebido reforça a importância e a qualidade da ciência que estamos produzindo, além de evidenciar a excelência científica e o rigor técnico do trabalho realizado inteiramente no Laboratório de Grãos e Água da UFRR. A premiação é também um incentivo para continuar desenvolvendo pesquisas inovadoras e de impacto”, evidencia a professora.
Um dos participantes fundamentais para a aprovação da pesquisa, o professor Wilson Botelho também destaca a satisfação em receber a premiação e a qualidade das pesquisas realizadas na Amazônia.
“Nesse evento tínhamos diversas instituições e de todas as regiões do Brasil. É um reconhecimento para nós como professores e pesquisadores e mostra que aqui no extremo norte, na Amazônia roraimense, conseguimos desenvolver trabalhos de ponta que podem ser tão importantes quanto os trabalhos de outras instituições espalhadas pelo nosso país, instituições essas consolidadas no cenário nacional e internacional. Isso motiva a continuar nesse caminho e chegar a um ponto que seremos reconhecidos por nossas contribuições na pesquisa brasileira e quem sabe futuramente no cenário internacional”, afirma Wilson.
“A premiação é o resultado da união e das capacidades dos pesquisadores e alunos. Isso é maravilhoso! O prêmio foi obtido em um evento que reúne os principais pesquisadores da área e o reconhecimento demonstra a relevância do trabalho realizado por meio de métodos sustentáveis e atuais”, avalia também o professor Francisco Panero.
UFRR terá representante como embaixador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem)
A Universidade Federal de Roraima terá um representante como embaixador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem). Nesta primeira edição do Programa Embaixadores do Centro, o professor escolhido foi Gabriel Zazeri, do departamento de Física que será um dos 28 embaixadores espalhados pelo Brasil.
O Programa Embaixadores do Cnpem é uma iniciativa que tem o objetivo de expandir o alcance da ciência e tecnologia pelo país incentivando o engajamento de pesquisadores com áreas de pesquisa que necessitam de alta resolução dentro das Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Ciências Biológicas.
A primeira edição do programa foi voltada apenas para profissionais que atuam nas regiões Norte e Nordeste também com o intuito de fortalecer ações de capacitação e divulgação do centro de pesquisa na região. A aproximação também busca trazer pesquisadores e estudantes para utilização dos laboratórios e estruturas de referência do centro.
Conforme destaca o professor Gabriel Zazeri, o objetivo do embaixador é divulgar o papel desses laboratórios e do Sirius na busca por conectar a sociedade científica aos avanços tecnológicos e científicos feitos no CNPEM, além de promover o acesso a oportunidades e conhecimentos que visam beneficiar a comunidade científica e a sociedade em geral.
“Para fazer essa conexão atuarei na divulgação em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e a Diretoria de Pesquisa da UFRR, além de colaborar com instituições de fomento à pesquisa, instituições de pesquisa e ensino de Roraima, como a Faperr, o IFRR, a UERR, entre outros. Representar a UFRR é uma grande responsabilidade e estou animado para fortalecer nossa rede de ciência, tecnologia e inovação, inspirando novas gerações a explorar essas áreas fascinantes”, afirma Gabriel.
*Com informações da UFRR