A chuva surpreendeu o público presente mais uma vez e causou mais atrasos no cronograma do Boa Vista Junina.
O quadrilheiro Marcos Vinicius dançou pela primeira vez em Boa Vista. Ele, que é do Rio de Janeiro, contou que se apresentar no tablado do Boa Vista Junina foi um sonho realizado.
“Eu vim de uma família que adora quadrilhas e festas juninas, por isso, fiquei feliz e topei o convite de representar a ‘Evolução Junina'”,
contou.
Segundo ele, quem vê a coreografia pronta não sabe o trabalho que dá. “Nossos ensaios começam no mês de janeiro e vão se intensificando com o passar do tempo. A gente dança com amor para mostrar a nossa arte”, disse a quadrilheira, Riquely Mendes.
Lugar de mulher
Em seguida, foi a vez das apresentações do grupo de acesso. Começando com a ‘Estrela Junina’, que entregou ao público uma apresentação cheia de gingado e nostalgia com o tema ‘Raízes do meu São João, memória que nunca esqueci’. A performance marcou também por apresentar a primeira animadora do festival, Denise Silva.
“É uma emoção. Estou na quadrilha há mais de 15 anos. Eu já dancei, fui padre e noiva, passei em várias áreas de atuação. Eu me sinto empoderada, principalmente, com a receptividade do público que acompanha o Boa Vista Junina”, destacou Denise.
Homenagem
A ‘Luar do Sertão’ realizou uma homenagem que emocionou o público na Arena Junina. Eles defenderam a temática ‘Luar do sertão dança e canta ao som de Luiz Gonzaga’. O público presente na disputa das quadrilhas fez uma viagem na musicalidade do rei do baião. Na metade da apresentação, um forte temporal caiu na cidade, porém, os quadrilheiros não pararam e conseguiram finalizar a performance dentro do tempo.
A participação de Dirceu da Costa emocionou os espectadores da Arena Junina. Ele é cadeirante e desempenhou o papel de padre da quadrilha.
“É uma emoção que não tem preço. Me sinto honrado, pois muitas pessoas não acreditam no potencial dos cadeirantes e podemos muito mais. Podemos desempenhar o papel que quisermos”,
disse ao Portal Amazônia.
Chuva e desclassificação
Uma chuva intensa pegou todos de surpresa. De acordo com a superintendente de Turismo da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec), Alda Amorim, quando a chuva cai durante a apresentação de um grupo, o mesmo deve concluir sua performance. Agora, quando a quadrilha ainda não se preparou e acha que a água vai prejudicar de alguma maneira, a equipe técnica é acionada e uma nova data pode ser combinada.
“Toda a estrutura da festa oferece lugares para a população se proteger em caso de chuva, mas a Arena é aberta, ou seja, a decisão de se vale a pena ou não subir no tablado mesmo com a água é da própria quadrilha”, explicou Alda.
Apesar da chuva que caiu na Arena, a equipe técnica verificou que a quadrilha ‘Matuto Encantar’ não estava no local no tempo solicitado, que seria 30 minutos antes da sua apresentação no tablado e, automaticamente, a quadrilha foi desclassificada.
Porém a diretoria do grupo, pode entrar com uma apelação para justificar o motivo do atraso e encontrar uma data para se apresentar aos jurados.
Após a tempestade
A quadrilha ‘Zé Monteirão’ acabou sendo a única do grupo especial a entrar no tablado. Eles defenderam o tema ‘Do Fim ao Recomeço’. O início da apresentação contou com efeito de luzes, dança contemporânea e fez uma alusão ao preconceito sofrido pelas minorias.
O cenário que começou sombrio e nos tons cinzas deu lugar as cores cintilantes da quadrilha que fechou mais um dia de apresentações.
Confira a ordem das quadrilhas que se apresentam neste quarta-feira (15):
Espantalho Junino (Acesso)
Macedão (Acesso)
Xamego na Roça (Especial)
Explosão Caipira (Especial)