Bombeiros acham corpo do 2º menino Yanomami que desapareceu no rio após brincar próximo de garimpo

Meninos brincavam na beira do rio, quando foram “puxados” na água por uma draga de garimpo e levados pela correnteza, segundo o Condisi-YY.

O segundo menino indígena que desapareceu no rio Parima, na Terra Yanomami, foi encontrado morto pelo Corpo de Bombeiros nessa quinta-feira (14). Ele e o outro menino, foram “sugados” na água por uma draga de garimpo e levados pela correnteza até a cachoeira, de acordo com o Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY).

A equipe com quatro mergulhadores iniciou as buscas na manhã desta quinta-feira. Conforme os Bombeiros, devido a dificuldade de comunicação, mais detalhes serão repassados após o retorno da equipe para Boa Vista. O local do acidente fica região da comunidade Makuxi Yano, em Alto Alegre.

As crianças desapareceram na terça-feira (12). O primeiro corpo foi localizado pelos indígenas na quarta-feira (13). Os dois meninos eram primos e brincavam na beira do rio com um pedaço de carote de plástico, usado como uma espécie de prancha, segundo o Condisi-YY.

Foto: Divulgação/Condisi-YY

Em nota, a Hutukara Associação Yanomami considerou o caso “mais um triste resultado da presença do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami”.

Terra Indígena Yanomami


Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região em mais de 360 comunidades.

A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

O número de casos de Covid entre indígenas que habitam a região, aumentou em razão da presença de garimpeiros. No ano passado, em apenas três meses, as infecções avançaram 250%. 

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