Após ter caiaque “invadido” por pelo menos 30 peixes-vampiros, João Cordeiro ainda conseguiu manter a calma e registrar o momento.
O bombeiro militar e pescador esportivo, João Cordeiro teve uma surpresa na última semana ao realizar uma pescaria no Rio Madeira. Ao conseguir fisgar um peixe da espécie Pirarara e levar até seu caiaque, deparou-se com uma “invasão” de candirus.
“Eram mais de 30 candirus. Meu caiaque ficou cheio deles. Eles entraram na minha roupa. Em tudo tinha o peixe, no bolso da calça, no boné, dentro do caiaque. Isso porque foi rápido, eu fisguei, tirei foto e soltei a pirarara”, diz ele no vídeo. João faz os registros por meio da câmera acoplada no boné, para disponibilizar em seu canal no Youtube.
Veja o momento:
A pesca esportiva praticada por João consiste na atividade chamada de ‘pesque e solte’, no qual o peixe é fisgado e devolvido à natureza em seguida, apenas pelo prazer da pesca. Ao capturar o peixe, os pescadores medem, pesam e registram o animal antes de devolvê-lo para a água.
O Portal Amazônia conversou com João Cordeiro para saber mais sobre sua relação e experiência na pesca esportiva.
“Sempre fui fã de pesca, sempre gostei. Morava em Cuiabá e desde quando vim em 2012 para Rondônia, sempre que eu posso eu pesco. Geralmente ‘tô’ “de aviso” do bombeiro, eu costumo pescar onde geralmente tem a torre de celular. Então eu comecei a pescar aqui dentro da cidade mesmo, de caiaque. De um tempo para cá que eu ‘tô’ começando a pegar só peixe de couro grande”,
explicou.
Por gostar de praticar a pescaria “pesada”, João geralmente pesca pelo Rio Madeira, muito conhecido por suas águas serem bem agitadas e terem uma presença grande de candirus.
“Geralmente eu pesco aqui no Rio Madeira mesmo, dentro da cidade, e ele é famoso pelo tanto de candirus que sempre teve. Só que ninguém nunca fazia esses registros, todo mundo fala do candiru, que “entra no bingulin”, como Homer Simpson fala, mas raramente você via registros desses, então eu comecei a fazer os registros e publicar, para o pessoal conhecer um pouco dessa nossa realidade”, afirma o bombeiro.
João também já teve experiências de pescaria na cidade de Apuí, no interior do Amazonas. Entretanto, o pescador esportivo afirma que seu lugar favorito de pesca é em Porto Velho. Entre suas experiências, ele conta que já se deparou com diversos tipos de situações e já lidou com vários tipos de candirus.
“Todo mundo fala dele [candiru]. Apesar de eu ser bombeiro, sempre tive essa curiosidade, todo mundo conhece aqui, o candiru se tornou um mito, que todo mundo que morre afogado no rio Madeira, ele come. Então o candiru sempre foi uma coisa normal, do dia a dia, mas na pescaria que eu fui conhecer todos os tipos, né? Que quando a gente fala de candiru, tem vários tipos de candiru. Tem várias espécies. Então cada pescaria tem uma reação diferente, porque eu já me deparei com o candiru-açu, que é um azulzinho que parece um tubarão, com candiru-cobra e esse candiru-vampiro, que é o menorzinho e o mais agressivo ‘pro’ ser humano, pelo fato dele poder entrar na uretra das pessoas. Isso acaba deixando ele bem mais temível”,
relata João.
João conta que toda pescaria possui a sua particularidade e sempre existe algo que marca o momento. “Toda pescaria tem sua particularidade, sempre tem uma coisa que marca você. Já passei por algumas situações, principalmente no Rio Madeira, de peixe que durante a soltura, eu não sabia o que era e que veio me atacar. A gente tem sustos assim no rio Madeira, que é um rio atípico, um rio cheio de surpresas. A gente tem boto, tem jacaré, tem cobra, tem peixe grande. Então é um rio que o tempo todo você tem que ‘tá’ esperto, sabe? O tempo todo tem ali com aquela atenção total, até a água do rio já deixa a pescaria bem mais tensa. A presença dos candirus então, mais ainda. É aquele rio que você tem que manter o respeito, sempre tem que respeitar o Rio Madeira, porque é muito perigoso”, finaliza.