Lauro Sodré, o ex-governador paraense que entrou para o livro dos heróis e heroínas da pátria

Lauro Sodré governou o Pará de 1891 a 1897, período em que promoveu reformas administrativas e defendeu os princípios da República.

Lauro Sodré (1916). Foto: Reprodução/Arquivo Nacional

Nascido em Belém (PA), no dia 17 de outubro de 1858, Lauro Nina Sodré e Silva iniciou sua trajetória nos bancos do Liceu Paraense, seguindo depois para a Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Foi nesse ambiente que abraçou as ideias republicanas e positivistas, influenciado por correntes intelectuais que se opunham à monarquia, o que o levou a entrar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria em 2024.

Em 1878, ainda jovem, fundou um clube republicano secreto, tornando-se uma das vozes mais ativas na campanha pela República no Pará. Dois anos antes da Proclamação, redigiu um manifesto que defendia abertamente o fim da monarquia.

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Com a queda do regime imperial em 1889, Lauro Sodré foi nomeado oficial de gabinete de Benjamin Constant, um dos líderes do movimento republicano. Logo depois, foi eleito deputado constituinte em 1890 e, no ano seguinte, se tornou o primeiro governador constitucional do Pará, um cargo que exerceu com firmeza, especialmente durante o conturbado episódio do golpe de Deodoro da Fonseca, que posicionou contra.

Governante

Lauro Sodré governou o Pará de 1891 a 1897, período em que promoveu reformas administrativas e defendeu os princípios da República. Após sua gestão, foi eleito senador e, em 1898, disputou a presidência da República, sendo derrotado por Campos Sales em uma eleição marcada pela influência das oligarquias.

Figura polêmica e combativa, participou da Revolta da Vacina, em 1904, quando foi preso por se posicionar contra medidas autoritárias do governo federal. Anistiado, voltou à cena política, retornando ao Senado em 1912 e governando novamente o Pará de 1917 a 1921.

Além da política, Lauro Sodré teve forte atuação na maçonaria, ocupando o posto de grão-mestre do Grande Oriente do Brasil em diversos mandatos.

Com o advento da Revolução de 1930, que encerrou a chamada Primeira República, Lauro Sodré se retirou da vida pública, vindo a falecer no Rio de Janeiro, em 16 de junho de 1944.

Palácio Lauro Sodré, que abriga o Museu do Estado do Pará, é uma relíquia do patrimônio arquitetônico. Foto: Reprodução/Agência Pará

Legado

Em Belém, sua memória está eternizada no monumento localizado na Praça Floriano Peixoto, no bairro de São Brás. A obra foi inaugurada em 10 de junho de 1959, por iniciativa do então governador Magalhães Barata, para celebrar o centenário de nascimento de Lauro Sodré.

Outro icônico local que leva o nome dele é o Palácio Lauro Sodré, que abriga o Museu do Estado do Pará, é uma relíquia do patrimônio arquitetônico. Concebido com características neoclássicas, a estrutura teve sua edificação concluída em 1772, assinada pelo arquiteto régio Antonio José Landi, para abrigar a residência oficial do governador/presidente da Província.

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Em meados do século XIX, a partir de ampla reforma, passou por mudanças internas significativas. Entre 1971 e 1973, uma restauração recuperou algumas das características modificadas em períodos anteriores, como a capela, de onde saiu o primeiro Círio de Nazaré, em 1793.

No Amazonas, existe ainda a Terra Indígena Lauro Sodré, habitada pela etnia Ticuna. De acordo com dados do Instituto Socioambiental, são cerca de 1150 habitantes na área, localizada na faixa de fronteira entre o Brasil (pelo Amazonas) e o Peru.

Por fim, Sodré também recebeu uma das maiores honrarias do país. No dia 12 de janeiro de 2024, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 14.805, que inscreveu seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. A sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu oficialmente o legado do político, militar e líder republicano para a construção da República e da democracia no Brasil.

*Com informações da Agência Senado, Agência Pará e Planalto

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