Semas garante lar para animais silvestres por meio de parcerias com espaços ambientais

A Semas atua como órgão mediador no encaminhamento de animais silvestres resgatados de situações de cativeiro ou entregues mediante denúncia

Parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o Parque Zoobotânico Mangal das Garças e o Museu Paraense Emílio Goeldi garante o tratamento de animais silvestres resgatados no Pará. Os espaços ambientais e turísticos atuam como fiéis depositários dos animais e asseguram avaliação veterinária com exames físicos e laboratoriais, como hemograma e raio-X.


A Semas atua como órgão mediador no encaminhamento de animais silvestres resgatados de situações de cativeiro ou entregues mediante denúncia para instituições mantenedoras parceiras. No ato da entrega dos animais aos espaços ambientais, a Semas realiza um termo de cadastrado fiscal no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (Simlam) com os dados da instituição e a espécie que está sendo entregue.

Segundo a técnica da Semas, Solange Chaves, ao destinar os animais para abrigos, as instituições tornam-se responsáveis por eles. “Nesses lugares os animais devem receber acolhimento e cuidados físicos e psicológico, o que contribuí com seu bem-estar e reabilitação”, comenta.

Foto: Raquel Sanches / Ag.Pará

A Diretoria de Fiscalização (Difisc), por meio da Gerência de Fiscalização de Fauna e Recursos Pesqueiros (Gefau), realiza a recepção de animais provenientes de entrega voluntária. De 2019 até agora, já foram entregues à Semas 705 animais silvestres, sendo 176 animais recebidos em 2019, 316 animais em 2020 e até maio deste ano 213 animais recebidos, onde 54% são espécies de aves, 32% são de répteis e 14% mamíferos.

As equipes do Mangal e do Museu Emílio Goeldi tentam readaptar os animais resgatados à vida silvestre, mas este objetivo não é possível em mais de 90% das tentativas. “Poucos animais têm esta condição de readaptação à natureza porque receberam um imprinting, comportamento que o animal aprende com os pais, para poder caçar, se abrigar. Às vezes tem papagaio, por exemplo, que não sabe nem espalhar a gordura no corpo para impermeabilizar as penas. Eles têm uma glândula que produz gordura, que ele espalha nas penas. Ele não sabe fazer isso, então vai morrer encharcado se for levado para a mata”, explica o biólogo do Mangal, Basílio Guerreiro. 

Foto: Raquel Sanches / Ag.Pará

A lém de um lar, a parceria garante tratamento de saúde para esses animais, que muitas vezes são resgatados com diversas doenças e traumas físicos. Quando os animais estão doentes, feridos ou machucados, são feitos tratamentos específicos às suas necessidades. Em seguida, são alocados pelas entidades em ambientes propícios. A ação em conjunto entre as instituições têm garantido bem-estar a mais de 50 espécies de animais silvestres.

Em 2020, 67 animais silvestres foram repassados pela Semas ao Mangal das Garças, que já possui mais de 240 animais anilhados registrados pela Secretaria.

Um dos viveiros do parque é o das Aningas, também conhecido como viveiro das aves, onde habitam parte dos animais que são levados pela Semas. “Este espaço é muito importante porque ele simula uma porção do que acontece na natureza, pois esta área tem interferência de maré. Então, duas vezes ao dia, a maré traz mariscos, os animais acabam se alimentando destes pequenos mariscos e mantêm a coloração das penas”, comentou Basílio. 

Foto: Raquel Sanches / Ag.Pará

Museu – Além do Mangal, desde 2020 a Semas já repassou aos cuidados do Museu Emílio Goeldi, 12 animais que também estão registrados por ela. “Quando o animal chega aqui, a maioria fica na quarentena, onde o animal é mantido para saber se pode levar riscos ou não para os outros animais em relação a doenças e também para ser tratado de parasitose e para ser adaptado à alimentação. Depois que o animal é recuperado, ele fica disponibilizado, caso ele não esteja previsto na coleção viva do museu, esse animal então é colocado à disposição do órgão que detém o poder de destinação”, afirma o biólogo do museu, Messias Costa.
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