Erguido entre 1904 e 1906, durante o ciclo da borracha, o “Castelinho” possui relatos assustadores e gera curiosidade.
As lendas urbanas fazem parte do nosso cotidiano, do imaginário popular. Na Amazônia, são inúmeros relatos de fenômenos, lendas e até mesmo assombrações.
De acordo com o linguista Carlos Renato Lopes em seu artigo “Lendas Urbanas: narrativas entre o acontecimento e a estrutura“, a lenda urbana seria “um relato anônimo, apresentado sob múltiplas variantes, de forma breve, com conteúdo inusitado, contado como sendo verdadeiro e recente dentro de um contexto social”.
O Portal Amazônia já mostrou algumas das principais lendas urbanas de Manaus. Mas não muito distante do Amazonas, histórias de visagens também povoam o imaginário da capital paraense, Belém.
É o caso do Palacete Bibi Costa, localizado na esquina da Rua Joaquim Nabuco com a Avenida Governador José Malcher, no bairro Nazaré, que viralizou nas redes sociais nos últimos dias.
O Castelinho
Apelidado de “Castelinho”, o Palacete Bibi Costa é situado em uma área nobre de Belém e foi construído em meados de 1906, no período áureo de extração do látex da borracha na Amazônia.
Construído em um bairro que era ocupado por famílias da elite, o palacete serviu de hospedagem ao presidente Affonso Penna em sua viagem ao Norte do país.
Seguindo a linguagem eclética que representava a burguesia da época, o local também foi residência do major Carlos Brício da Costa.
O terreno da construção foi diminuindo com o passar dos anos e com a alteração de proprietários, perdendo parte de sua área posterior. Ao todo são quatro pavimentos: o porão, que era alojamento dos empregados do palacete; o primeiro pavimento, para uso social; o segundo pavimento, para uso íntimo da família e dois torreões (torres) que tinham acesso apenas para limpeza.
Em relação à decoração, as fachadas possuem balaústres em suas varandas, assim como molduras imitando tijolos, esculturas ornamentais em bronze e portões em ferro fundido trabalhados ao estilo Art Nouveau. Um detalhe importante é que as esquadrias apresentam vidros com a inicial do primeiro proprietário: CBC.
Relatos
Mas muito além da beleza da construção, com o tempo, o ‘”Castelinho” também acabou “ganhando” fama por histórias assustadoras. Nas redes sociais é possível encontrar alguns relatos que envolvem histórias macabras sobre o palacete, como a do influencer paraense Fernando Gurjão.
Na postagem, Fernando conta que o palacete teve influência na morte de seu tio e mais duas pessoas. O influenciador conta também que os senhores que moravam lá eram conhecidos pela “crueldade escravagista com que tratavam seus empregados”.
“Eram relatos de vozes sussurradas pelos cantos, que assustavam todos que teimavam em ficar lá. Além das vozes, barulhos de portas e janelas abrindo e, principalmente, do elevador funcionando altas horas da noite”,
relata o influencer.
Em 1987, foi instalada a Secretaria Estadual de Planejamento e o secretário era tio de Fernando. Ele conta que o falecido tio, que costumava ficar até mais tarde no trabalho, ouvia vozes pedindo socorro e clemência.
“Tarde da noite, meu tio trabalhando sozinho ou com equipe reduzida. O casarão vazio e silencioso. Do nada, o elevador que estava no térreo entrava em funcionamento e subia para o andar onde meu tio trabalhava. Eles esperavam aparecer alguém e não aparecia nada”, conta.
Após realizar alguns testes e até chamar um técnico para verificar a situação, o tio decidiu lacrar o elevador e após esse episódio ele foi encontrado morto na sala dele, vítima de um ataque cardíaco inesperado.
O caso pode ser considerado uma coincidência, mas Fernando acredita que não. Outros dois secretários da pasta posteriores ao tio de Fernando, morreram no período em que o elevador estava fora de uso. “Com o elevador funcionando ninguém mais morreu.”, ele descreve em seu post.
Nos comentários da postagem é possível encontrar outros relatos.
Um dos locais mais assombrados de Belém.
Esse prédio matou meu tio e outras duas pessoas. https://t.co/GsYUq9MGg0
— TANTO (@tantotupiassu) November 23, 2022