9 lendas urbanas famosas na Amazônia que você precisa conhecer

Elas combinam fatos verídicos com situações fantásticas que ninguém comprova, mas que sempre tem alguém contando.

As lendas urbanas são, normalmente, histórias assombrosas passadas oralmente de geração para geração. Elas combinam fatos verídicos com situações fantásticas que ninguém comprova, mas que sempre tem alguém contando, muitas vezes até mesmo de forma sensacionalista.

O Portal Amazônia procurou algumas dessas histórias e reuniu uma lista de lendas urbanas da Amazônia Legal para você conhecer. Confira:

Arte: Portal Amazônia

Acre 

A lenda da boate Lua Azul

Os acreanos podem nos corrigir, mas uma das lendas urbanas do Estado mais famosa é a da boate Lua Azul. Isso porque quem cresceu em Rio Branco já ouviu falar ou até teve medo do homem que apareceu na boate, dançou com uma mulher e depois sumiu. 

E mesmo sem nunca mais ter sido visto, a história que existe desde a década de 90 perdura até hoje. Mas o que teria de tão estranho nisso?

A recém-inaugurada boate recebia os jovens ávidos por diversão, mas um homem bonito que se destacou e dançou com uma moça, seria ninguém menos que o próprio Diabo. A mulher, segundo a história, teria se internado e morrido dias depois.

Amapá 

Assombrações da Fortaleza de São José

Um lugar repleto de lendas de assombrações é a Fortaleza de São José, em Macapá. As histórias tenebrosas sobre aparições no local são tão intensas que já chegaram até a “expulsar” vigias do posto de trabalho.

A obra, construída com mão de obra escrava e indígena, começou em 1764 e levou nada menos que 18 anos para ser concluída. Muitas mortes marcaram a construção, como as fugas de escravos que tentavam escapar pelo desaguadouro que fica no centro da praça de guerra, mas acabam presos no local. Até hoje há quem diga que é possível ouvir as vozes deles pedindo socorro.

Outros barulhos estranhos nas galerias, uma missa realizada sem ninguém na capela e até um padre sem cabeça que flutua pelos baluartes fazem parte dos relatos de quem já viveu experiências sobrenaturais na fortaleza.

Amazonas

A velha do Tropical Hotel

Uma das lendas urbanas mais conhecidas em Manaus, principalmente entre os taxistas, é sobre a história da velha senhora que assombrava o antigo Tropical Hotel. A lenda conta que algumas pessoas que moravam a beira do Rio Negro foram retiradas do local, mas uma senhora se recusava a sair e acabou morrendo na área onde o hotel de luxo foi construído.

Os taxistas que passaram a trabalhar no local na época contam que a tal mulher vagava pelo hotel, assombrando quem passasse pelo seu caminho como forma de vingança.

Ela que surgia na madrugada, para vigias, operadores de máquinas pesadas, motoristas etc. Geralmente aparecia quem estivesse sozinho e sua aparição nunca deixava testemunha. 

Em outra versão, relatam que a velha se disfarça de uma bela moça e ataca os que acreditam no seu disfarce. 

Maranhão 

Lenda da Carruagem de Ana Jansen

A comerciante Ana Joaquina Jânsen Pereira, teria vivido em São Luís por volta do século 19. Ela teria acumulado grande fortuna e era influente na vida social e política da capital maranhense. Conta a lenda que ela cometia muitas barbáries contra os escravos que matinha, com torturas que levaram a morte de muitos deles.

Dizem que nas noites escuras das sextas-feiras, desde seu falecimento, é preciso ter cuidado para não cruzar o caminho de uma assombrosa carruagem que corre pelas ruas de São Luís, puxada por cavalos brancos sem cabeças, guiados por uma caveira de escravo, também decapitada, que leva a alma mulher.

E quem tiver a infelicidade de encontrar a diligência de Ana Jansen e não orar pela salvação da alma dela, ao deitar-se para dormir, receberá das mãos de seu fantasma uma vela de cera que quando amanhecer, estará transformada em descarnado osso humano.

Mato Grosso

Lenda do Tibarané

A lenda de Tibarané é sobre um pássaro encantado que passa a noite assobiando. Caso alguém precise de um favor ou benefício, pode pedir ao Tibarané quando ele passar à noite, mas em troca é preciso lhe prometer um pedaço de fumo. O pássaro então irá em busca de realizar o desejo suplicado.

Após o pedido ser realizado é preciso ficar atento. Quando anoitece, um homem irá aparecer batendo na porta de quem solicitou o favor e irá pedir um pedaço de fumo. Esse homem é o Tibarané em buscar o pagamento.

Em outra versão, a ave noturna possui um assovio como de criança e castiga aqueles que assobiam à noite, pois somente ela pode emitir tal som. Em uma terceira versão, Tibarané é uma figura indígena anciã que ao ouvir os assovios das crianças surge no local e pede por fumo. Se atendida, logo desaparece. Mas se não derem o fumo, a criatura captura quem não lhe atender, desaparecendo com a pessoa junto.

Pará

Josephina Conte, a ‘Moça do táxi’

Assombrações são realmente as mais típicas lendas urbanas e em Belém existe a lenda de Josephina Conte, que morreu em 1931 aos 16 anos. A lenda conta que a jovem Josephina gostava de andar de carro e, mesmo depois de morta, voltava só para passear de táxi pela cidade. 

O percurso, segundo contam, terminava na porta do cemitério e a jovem pedia que o motorista fosse cobrar a corrida na casa de sua família, onde o condutor descobria que ela já havia morrido há anos, supostamente de tuberculose.

A lenda urbana é tão popular que a moça do táxi é vista por muitos como santa, que a homenageiam no cemitério. Existem variações da lenda e a familiares da moça também tem sua versão.

Rondônia 

O pé de bode

A construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré é envolvida por muitas histórias de assombrações. Uma delas é do pé de bode. A lenda é sobre um menino que colhia castanhas perto da ferrovia e morava próximo ao cemitério naquela região. Um dia ele e os amigos perceberam dentro da mata próxima de onde colhiam as castanhas, estranhos pés de bode.
No desespero de sair daquele lugar tamanho o susto, o menino sofreu um grave acidente e teve suas pernas arrancadas pelo trem. Ele então implorou ao animal na mata que trouxesse suas pernas de volta.
A lenda conta que um senhor que voltava de uma festa de bicicleta, passou pelo local e encontrou uma criança chorando. Ao conversar com a criança, descobriu que a mãe havia esquecido de ir buscá-la, então lhe ofereceu uma carona.

O homem se espantou quando a criança subiu na bicicleta, pois o peso era enorme. Ao se virar viu que ela tinha pés de bode e pensou que era o Diabo. Ele abandonou a bicicleta e correu para longe e desde então as pessoas contam que se deve ter cuidado para não encontrar tal criatura na região e ser levado por ela. 

Roraima

Canaimé, o espírito maligno

O Canaimé é um personagem mítico indígena conhecido em Roraima. De acordo com a lenda, na crença das tribos indígenas Macuxi e Wapixana, o Canaimé é responsável por acontecimentos maléficos e por ter o poder de se apossar do corpo das pessoas, transformando-as em animais.

Em uma das versões, os pajés que praticavam maldades, quando morriam suas almas não conseguiam subir para o céu. Por conta disso ficavam vagando até que seus espíritos foram para as serras e adormeceram dentro de uma planta. A planta foi encontrada por um velho feiticeiro, que adquiriu os poderes dos antigos pajés e os usou para acabar com seus inimigos, porque ele podia ficar invisível e até se transformar em vários animais, assustando seus desafetos. 

Para os fazendeiros, a lenda era contada como forma de amendrotá-los para que não tomassem as terras dos indígenas.

Tocantins

O garupinha

O Estado mais novo do Brasil também possui histórias populares surpreendentes, como a lenda do Garupinha, no município de São Miguel do Tocantins. Os mais velhos contam que no trajeto do Centro da cidade até uma escola de nome Sete Barracas, havia um pé de aroeira muito peculiar. Isso porque toda vez que alguém passava de bicicleta debaixo dele sentia a garupa pesar.

Muitos passaram por debaixo da árvore e se assustaram com estranho peso a mais, mesmo sem ver ninguém na garupa. A lenda é tão popular que quem precisa passar pelo caminho acelera para que o “garupinha” não consiga pegar carona. 
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