Comunidades quilombolas no Pará contribuem na preservação ambiental e segurança alimentar

Os plantios realizados com as mudas produzidas nos viveiros deverão trazer impactos a longo prazo, tanto para a biodiversidade local quanto para a economia das comunidades.

Foto: Divulgação/DDF/IDEFLOR-Bio

O Projeto Sistemas Agroflorestais (PROSAF), conduzido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), tem promovido impactos significativos em comunidades quilombolas, unindo preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico. Entre elas estão os quilombos Moju Miri, em Moju, e Menino Jesus, no Acará, que já colhem os frutos dos investimentos no projeto.

Em Moju Miri, na região nordeste paraense, foi instalado um viveiro comunitário com estrutura de ferro galvanizado, medindo 12×18 metros, que atualmente produz mais de 6 mil mudas de espécies nativas e frutíferas. A produção inclui 3.398 mudas de açaí, 689 de açaí branco, 1.325 de cacau, além de espécies como cupuaçu, bacaba e paricá. Segundo o Ideflor-Bio, essas mudas serão destinadas a plantios que começarão em 2025, em nove áreas já georreferenciadas.

Já no quilombo Menino Jesus, no município do Acará, foi construído um viveiro semi-rústico, com capacidade para armazenar aproximadamente 4.940 mudas. A estrutura, erguida em parceria com a associação de moradores locais, abriga espécies como cupuaçu, muruci, graviola e cacau. O investimento incluiu cobertura, sistema de irrigação, insumos e uma caixa d’água para garantir a sustentabilidade da produção.

Incentivo

A gerente de Produção e Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais, Laura Dias, destaca a importância do projeto para as comunidades quilombolas.

Foto: Divulgação/DDF/IDEFLOR-Bio

Os plantios realizados com as mudas produzidas nos viveiros deverão trazer impactos a longo prazo, tanto para a biodiversidade local quanto para a economia das comunidades. O cacau, o açaí e outras espécies nativas são vistas como potenciais vetores de desenvolvimento, conciliando conservação ambiental e geração de riqueza.

O diretor de Desenvolvimento da Cadeia Florestal do Ideflor-Bio, Vicente Neto, ressalta o impacto social do projeto. “Essas ações mostram que é possível aliar a sustentabilidade ambiental ao desenvolvimento econômico, proporcionando autonomia e melhorias nas condições de vida das comunidades quilombolas”, enfatiza o dirigente.

Além dos benefícios diretos, o projeto PROSAF contribui para a preservação do legado histórico e cultural dos quilombolas. Ao fortalecer as bases econômicas e ecológicas dessas comunidades, o Estado do Pará se coloca como referência em ações de desenvolvimento sustentável voltadas à inclusão social e à valorização de suas raízes.

Para o presidente em exercício do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, os resultados são motivo de orgulho, especialmente em uma data tão simbólica. “Neste Dia da Consciência Negra, reafirmamos nosso compromisso com a valorização das comunidades quilombolas e com a construção de um modelo de desenvolvimento inclusivo e sustentável”, enfatizou.

*Com informações do IDEFLOR-Bio

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