3 curiosidades sobre a Praça da República, em Belém

O que hoje é um ponto de encontro e lazer já passou por várias transformações ao longo dos anos e tem um papel de destaque na organização urbana e histórica da capital paraense.

Uma das principais áreas turísticas de Belém, no Pará, é a popular Praça da República. O que hoje é um ponto de encontro e lazer já passou por várias transformações ao longo dos anos e tem um papel de destaque na organização urbana e histórica da capital paraense. 

Localizada próxima ao centro histórico, entre os bairros da Campina, Reduto e Nazaré, a praça conta ainda com outros pontos culturais em seu entorno: o Theatro da Paz, o Teatro Waldemar Henrique, o parque João Coelho e a praça da Sereia. 

O Portal Amazônia reuniu algumas curiosidades sobre essa referência belenense. Confira:

Foto: Fernando Sette/Acervo Comus Belém

1. Origem do nome

O nome atual, Praça da República, só foi dado ao final do século 19 como forma de homenagear a Proclamação da República. No início a área era conhecida como Largo da Campina, por se tratar de um imenso terreno descampado que ficava entre o bairro da Campina e a estrada que levava à ermida de Nossa Senhora de Nazaré. 

No século 18 foi construído um armazém no local, para guardar pólvora, o que lhe rendeu um novo nome: Largo da Pólvora. Depois também recebeu o nome de Praça Pedro II, na época do Império, e no mesmo período se iniciou a urbanização da área, com a inauguração do Teatro de Nossa Senhora da Paz, em 1878, atualmente Theatro da Paz. 

Só recebeu o nome de Praça da República no final do século 19, em homenagem à nova forma de governo adotada no País. 

2. Monumento de destaque

A República foi proclamada em 1889 e acabou se tornando inspiração para a construção de monumentos como o erguido na praça belenense. Em 1890 foi lançada a pedra fundamental do monumento, cuja construção foi uma forma de homenagear o novo regime e também marcar a adesão do Pará. Por meio de um concurso, com edital lançado pelo governo paraense em 1891, diversos artistas internacionais criaram propostas, mas o escolhido foi o escultor italiano Michele Sansebastiano. O projeto recebeu algumas alterações antes de ser finalizado, mas a principal modificação foi a substituição do ramo de oliveira por uma espada na mão da República. A obra foi iniciada em 1892 e finalizada cinco anos depois.

Com 20 metros de altura, o monumento é feito em mármore de Carrara e bronze e conta com um conjunto de esculturas sobre quatro degraus e em um pedestal de quatro faces e uma coluna dórica. No alto da coluna está a figura principal, a Marianne com as insígnias revolucionárias da sua identidade, representando a República.

Fotos: Reprodução/Monumentos de Belém-UFPA

“Na figura de uma mulher alada sentada sobre livros está representada a História. A figura feminina, com cinco metros de altura desde a extremidade do manto até a asa, registra em uma página do livro, sustentado por um gênio, a data em que a República foi proclamada. Sentados nas laterais do monumento estão dois gênios, com 2,6 metros de altura cada. Eles apresentam nas mãos tarjas com inscrições de probidade, em uma, união, na outra. Nas laterais do pedestal foram inseridas datas, nomes e placas de autoridades e personalidades”, detalha o projeto ‘Monumentos de Belém’, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

As placas em homenagem a Floriano Peixoto, José Bonifácio, Tiradentes e Benjamim Constant foram anexadas ao monumento na segunda gestão de Abelardo Conduru. A primeira tentativa de urbanização da Praça foi em 1801, com o intendente de Belém, Arthur Índio do Brasil, que promoveu o calçamento das avenidas, criação de passeios, chafarizes e bancos, além da instalação de jardins nas alamedas.

Antônio Lemos, em 1897, modificou completamente a aparência da praça, trocando até mesmo a pavimentação das ruas que limitavam a praça por paralelepípedos. Durante o governo de Virgínio Mendonça foram construídos dois pavilhões na praça, o maior hoje é o Teatro Waldemar Henrique; o menor abriga a Escola de Arte da Universidade Federal do Pará.

3. Forca e cemitério

De acordo com informações coletadas pelo projeto ‘Monumentos de Belém/UFPA’, na época em que a praça ainda tinha o nome de Largo da Pólvora, foi instalada uma forca no local, mas não há registro de enforcamentos. Outra informação curiosa sobre o local, é que neste mesmo terreno teria existido um cemitério para sepultamento de escravos em cova rasa.

Por todo o conjunto paisagístico, arquitetônico e urbanístico, a Praça da República inclusive já foi tombada pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará, em 30 de maio de 1983.

Que outras curiosidades você destacaria sobre a praça?

Foto: Reprodução/Agência Belém

*Com informações do projeto ‘Monumentos de Belém’, da UFPA, e do iPatrimonio  

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Imagem de microalga encontrada no Pará vence prêmio nacional de ilustração científica

Produzida no Laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura do Museu Goeldi, a imagem vencedora é resultado do primeiro levantamento das comunidades de algas microscópicas da Ilha de Cotijuba.

Leia também

Publicidade