Existe um velho ditado popular onde diz que “a primeira impressão, é a que fica”. Como você será lembrado?
Quase todos os assuntos que abordo em minha coluna, parecem tão bestas, tão triviais que em tese para a maioria dos empresários merecem ser ignorados, talvez por prepotência, por crer que faz parte de uma casta superior “a do empresariado”, talvez por ausência de tempo e foco, já que 90% do tempo é gasto apagando incêndio, ou até mesmo controlando todos os movimentos já que não confiam em ninguém, enfim, neste artigo enfatizo a importância da reposição de loja.
Não é de hoje e talvez nunca acabe, mas certamente você já entrou em alguma loja e se deparou com preço fora de local, produtos sem preços, produtos fora do local correto, prateleiras reviradas, balcões sujos e desarrumados, preços divergentes, dentre outros problemas enfrentados nos PDVs.
Como sempre disse um grande amigo meu Thiago Galvão – Visual Merchan de uma rede de lojas de calçados em Pernambuco, dificilmente você encontra algum funcionário repondo produtos nas gôndolas e prateleiras, corrigindo preços, retornando a loja a seu ponto de partida, não consigo entender porque são priorizadas tantas áreas e a mais importante, a área que mais influencia nas decisões de compras não recebe a devida atenção, talvez pela ausência do olho do dono, de uma equipe motivada, de um gerente engajado dentre outras opções que precisam ser investigada, como tudo no marketing.
Existe um velho ditado popular onde diz que “a primeira impressão, é a que fica” onde faz jus ao neuromarketing quando afirma que o cérebro do ser humano, dedica 83% da atenção à visão, e enfatiza que um dos pontos cruciais para a lembrança de marca é a emoção, onde você conseguindo impactar o cliente, tem uma chance maior de ser lembrado, porém, se impactado de forma negativa, adivinhe como você será lembrado?
É intrínseco do ser humano julgar, faz parte de sua natureza e naturalmente ele julga a fachada, a porta de entrada, o atendimento, a recepção, os produtos, as gôndolas e prateleiras, a fiação a mostra, as manchas de mofo no teto, marcas de infiltração, o forro que está com buraco, o som ruim que está tocando e por aí vai.
Uma das primeiras impressões ao ver loja bagunçada é asco, sentimento de desrespeito, desconfiança se é uma loja mesmo, se os produtos não estão vencidos, se não estão estragados, amassados, você inclusive se pergunta como o estabelecimento ainda está aberto se a loja parece abandonada, alguns casos são de lojas que não tem muita concorrência, em outros casos, mesmo com todos os “poréns” o preço vale a esforço, logo, acaba se mantendo.
Se já entendemos o resultado de uma loja abandonada, naturalmente podemos imaginar o inverso, onde todos os produtos estão arrumados, com prateleiras cheias e fartas, frutas frescas e com cores vibrantes, convidativas apenas no olhar, superfícies limpas, produtos limpos e organizados, produtos nos locais com preços corretos, carnes no frigorífico vermelhas e suculentas, legumes com cores vivas e cheirosos, degustação de produtos, ações de trade marketing, atendimento impecável, sem mofo, sem infiltração, ambiente cheiroso e confortável, um convite a ficar e passar o cartão que nem o zorro.
Indiferente de como é a distribuição de tarefas dos colaboradores, é interessante que dedique um percentual de tempo para a organização da loja e correção de problemas corriqueiros, chamar pessoas que não tem o convívio diário e que possa ver os problemas que os frequentadores não veem mais, mantenha prateleiras cheias e sem buracos, alinhamento, frutas bonitas e frescas visíveis, o mesmo para hortaliças e perecíveis, preocupe-se com o asseio da loja/mercado, mofo, infiltração, ar condicionado pingando, roedores, pragas, insetos, ambiente perfumado, claro visualmente, sem poluição visual etc.
Faça pequenas mudanças, dedique aos poucos, tempo e recursos humanos, crie mecanismo de mensuração das mudanças, avalie sempre, pergunte para os clientes e sempre busque melhorias, pois como sempre digo, o mercado não espera.
Sobre o autor
Aldo Melo é mercadólogo, Pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, MBA Executivo em Administração e Negócios, Especialista em Neuromarketing e Fundador da Agência Conectar – Comunicação e Marketing.
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