Esporotricose em gatos é estudada por pesquisadoras no Maranhão

Testes in vitro tem sido realizados utilizando plantas medicinais da região para avaliar o efeito antifúngico.

No período de agosto de 2019 a agosto de 2023, foi realizado o diagnóstico da esporotricose – uma infecção causada por fungo – em gatos atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A pesquisadora responsável pelo estudo é a médica veterinária e doutoranda em Ciência Animal da UEMA, Allana Freitas Barros.

A doença tem tratamento de médio a longo prazo e, para isso, o tutor do animal deve procurar o médico veterinário e buscar o diagnóstico, e em seguida, iniciar o tratamento, quando é administrado um antifúngico oral no animal.

Esporotricose em Gatos. Foto: arquivo da pesquisadora

Ela explica que o fungo é diagnosticado através de exames laboratoriais, quando observados sinais clínicos de lesões compatíveis com a esporotricose, originado do fungo Sporothrix sp.

A pesquisadora ressalta, ainda, que, a doença tem cura, tanto em animais como em humanos, e quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores as chances de ter sucesso no tratamento, que varia conforme a condição clínica de cada animal e indivíduo. “É importante que sejam implementadas medidas de vigilância e controle necessárias para conter o crescimento da doença”, disse Larissa. 

Allana Barros, aponta que, durante os trabalhos, além dos exames para o diagnóstico – citologia e cultura fúngica – também foram feitos questionários epidemiológicos para a análise dos fatores de risco desses animais. Mostra que no estudo, foram diagnosticados 102 animais com esporotricose, destes, a maioria era macho, não castrado e com acesso livre às ruas.

A pesquisadora responsável pelo estudo é a médica veterinária e doutoranda em Ciência Animal da UEMA, Allana Freitas Barros. Foto: arquivo

A doutoranda esclarece, também, que a partir dos dados obtidos, foram elaborados materiais educativos sobre a enfermidade, e são realizadas ações de extensão com os tutores de animais atendidos no HVU-Uema, pelas alunas de medicina veterinária Juliana Sá Vitor e Anna Luiza Silva de Oliveira. 

“Os dados obtidos com a pesquisa podem auxiliar autoridades de saúde na aplicação de medidas de controle e prevenção para evitar o desenvolvimento da doença na região, tendo em vista que a infecção também é transmitida para humanos”,

afirma a pesquisadora.

Já a professora Ana Lúcia Abreu Silva informa que a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrixbrasilienses, que acomete principalmente gatos, e, ocasionalmente cães, assim como seres humanos. É considerada um problema de saúde pública devido ao alto contágio associado ao aumento da população felina, sobretudo animais errantes e semi-domiciliados, considerados reservatórios do agente etiológico.

Foto: Arquivo da pesquisadora

Com essa pesquisa, foi observado que alguns animais acometidos pela esporotricose não respondem ao tratamento com o antifúngico de eleição (Itraconazol), por isso, estão sendo feitos estudos para avaliar a sensibilidade antifúngica dos isolados Sporothrix brasilienses circulantes em São Luís. 

Além disso, testes in vitro estão sendo realizados utilizando plantas medicinais da região para avaliar o efeito antifúngico em isolados Sporothrix brasilienses.


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