Pesquisadora estuda as principais endocrinopatias que acometem cães e gatos em São Luís

O objetivo da pesquisa é fazer um levantamento das principais doenças endócrinas em cães e gatos da zona urbana da capital maranhense.

Uma pesquisa realizada na ilha de São Luís (MA), trouxe um dado relevante sobre doenças endócrinas e metabólicas na rotina de clínicas médicas veterinárias, causando importantes repercussões na saúde de cães e gatos portadores dessas patologias.

Foi o que confirmou a pesquisadora Cristiane Pestana, professora da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) do Curso de Medicina Veterinária, em um estudo que desenvolve sobre o tema, com a participação das acadêmicas voluntárias do PIVIC, Hélen Clarice Chaves Costa e Ana Carolina Costa Pereira.

Espaço exclusivo para cachorros. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Cristiane explica que o objetivo da pesquisa é fazer um levantamento das principais doenças endócrinas em cães e gatos da zona urbana de São Luís, verificando os aspectos populacionais – espécie, raça, sexo, idade e status sexual, de cães e gatos, bem como os principais fatores desencadeadores dessas doenças.

Com a pesquisa, a professora chegou a conclusão que há escassez de informações que realizem levantamentos das doenças endócrinas no estado do Maranhão, especialmente no município de São Luís, ferramentas que auxiliariam no entendimento da distribuição dessas doenças no decorrer do tempo e na formulação de medidas de prevenção ao público-alvo mais acometido.

“Esse trabalho demonstra que é de suma importância para que haja o fornecimento de dados que contribuam para o serviço de clínica médica e endocrinologia no município”, 

disse a professora.

Ela esclarece, ainda, que não foram observados casos concomitantes entre doenças endócrinas, mas ressalta a importância de reconhecer a possibilidade de ocorrência, como fator de complicação no diagnóstico e tratamento.

Na sua avaliação, a pesquisadora declara que no caso de cães, foi possível avaliar 34 prontuários com casos confirmados por exames laboratoriais: 35,29% hiperadrenocorticismo, 32,35% diabetes mellitus, 26,47% hipotireoidismo e 5,88% hipoadrenocorticismo.

Cães sem raça definida (SRD) representaram a maioria dos casos (61,76%), seguidos por Poodles (26,47%) e Yorkshire (8,82%). Houve uma predominância de fêmeas (73,53%) na amostra, especialmente entre cães mais velhos, e a maioria das fêmeas (64,71%) foi castrada. Nas endocrinopatias de gatos obtivemos a confirmação diagnóstica em 07 fichas assim distribuídas: hipotireoidismo (3 casos) e diabetes melittus (4 casos).

Em relação ao sexo dos animais, verificou-se que 57,14% dos felinos acometidos por endocrinopatias foram fêmeas e 42,86% machos, sendo 3 fêmeas e 1 macho com diabetes melittus, e 2 machos e 1 fêmea com hipotireoidismo. Sobre a raça, houve prevalência (57,14%) de animais sem raça definida (SRD) afetados, seguidos da raça persa (14,29%). 

Feira de adoção de animais. Foto: Prefeitura do Rio/Subvisa/Nelson Duarte

Estudiosos apontam

As endocrinopatias são doenças raras, que afetam o sistema endócrino causando relevantes repercussões nos animais acometidos. Destas, as mais relatadas são: diabetes melittus (DM), hiperadrenocorticismo (HAC), hipoadrenocorticismo (HA) e hipotireoidismo (Crivellenti e Malta, 2015).

A diabetes mellitus é causada pela deficiência do hormônio insulina (Davison, 2015), o hiperadrenocorticismo caracteriza-se pelo aumento de níveis de cortisol na corrente sanguínea, o hipoadrenocorticismo ocorre devido a deficiência de glico e/ou mineralocorticoides (Feldman et al. 2015) e o hipotireoidismo caracteriza-se pela redução da produção de hormônios tireoideanos.

Essas doenças podem causar letargia, problemas de pele, desidratação, nefromegalia, hepatopatia, icterícia, neuropatia (Souza, 2003), poliúria, polidipsia, polifagia, perda de massa muscular (Mooney e Shiel, 2015), fraqueza, alterações gastrintestinais (Feldman e Peterson, 1984) e distúrbios reprodutivos (Nelson e Couto, 2006).

A pesquisa foi desenvolvida entre set/2022 e set/2023, no Hospital Veterinário da UEMA e em clínicas particulares. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Novo grupo de indígenas isolados no Amazonas está sem proteção há mais de um ano

Funai não publica portaria de restrição de uso nem monta base para monitorar isolados; empresa madeireira e de exploração de gás e óleo atuam na região.

Leia também

Publicidade