‘Amazonas 2030’: projeto do Estado prevê arrecadação de R$ 1 bilhão com venda de créditos de carbono

Programa foi apresentado no segundo dia de compromissos da comitiva amazonense na COP 28, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O governador do Amazonas, Wilson Lima lançou o programa ‘Amazonas 2030‘ durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), no dia 3. O programa, que busca reduzir o desmatamento no Estado, prevê arrecadação de R$ 1 bilhão com a venda de créditos de carbono.

Créditos de carbono são unidades de medida que representam a redução de uma tonelada de emissões de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases de efeito estufa.

O ‘Amazonas 2030′ foi apresentado no segundo dia de compromissos da comitiva amazonense na COP 28, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

“Por um lado, a gente trabalha para preservar, com nossa meta mais ousada que é desmatamento líquido zero até 2030, e também para preservar as pessoas gerando oportunidade de renda, gerando emprego e combatendo a pobreza, que com pobreza a gente não consegue preservar as nossas florestas”, disse Wilson Lima.

Wilson Lima apresenta ‘Amazonas 2030’ na COP 28. Foto: Diego Peres/Secom AM

Como parte dos objetivos do Amazonas 2030, o Governo do Estado espera arrecadar R$ 1 bilhão, em 2024, com a venda de créditos de 809,6 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e), geradas a partir de reduções de emissões entre 2006-2015. 

O recurso financiará as propostas do documento. Para isso, foi criado o Programa Jurisdicional de REDD+ (sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal) do Amazonas.

Wilson Lima apresenta ‘Amazonas 2030’ na COP 28. Foto: Diego Peres/Secom AM

“A gente está criando o Fundo da agenda 2030 para que, efetivamente, a gente comece a receber por esses créditos de carbono já seguindo a linha do que faz o mundo. E a gente tem muita tranquilidade com relação ao arcabouço legal, a todas as leis que a gente está construindo, aprovando, para dar segurança necessária para aqueles que, voluntariamente, apresentarem seus projetos com essa finalidade possam ter essa segurança jurídica no estado do Amazonas”,

disse o governador.

Wilson Lima e Eduardo Taveira na COP 28. Foto: Diego Peres/Secom AM

Amazonas 2030

O Programa Amazonas 2030 prevê eixos de atuação como a mitigação das Mudanças Climáticas e Conservação e Desenvolvimento Sustentável. O Estado criou um Plano de Trabalho com metas e mecanismos de acompanhamento, definindo prazos, órgãos envolvidos e parceiros.

Além disso, no documento também constam 22 projetos existentes no Estado conforme o que prevê os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre eles: o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal; projeto Escola da Floresta; Programa Guardiões da Floresta; e ações de segurança alimentar.

Outros cinco projetos, também alinhados aos ODSs e presentes no documento, contemplam: Manejo Integrado da Bacia do Rio Putumayo-Içá, localizada na fronteira entre a Colômbia, Equador, Peru e Brasil; Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas – PROGESTÃO (3º Ciclo); Energia Fotovoltaica; Parque Tecnológico do Amazonas; e Infraestrutura Logística Regional.

O novo programa também busca sensibilizar países e nações desenvolvidas para a responsabilidade com o financiamento de iniciativas que cooperem com regiões mais pobres, com o objetivo de vencer o duplo desafio de diminuir drasticamente o desmatamento e reduzir a pobreza prevalente nessas regiões.

O programa ressalta que o Estado, além de ser o maior do Brasil, com mais de 1,5 milhão de km² de extensão territorial, é detentor da maior floresta do mundo com 97% da cobertura natural conservada, sendo 53,8% em áreas protegidas, e que concentra a maior população pertencente indígena do país. 

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