Papa recebeu carta sobre proteção das florestas e dos povos originários das mãos do Cacique Raoni; relembre

Cacique Raoni, umas das lideranças indígenas mais importantes do Brasil, entregou para o Papa Francisco uma carta com o pedido de ajuda.

Papa recebeu a carta das mãos do Cacique Raoni. Foto: Reprodução/Vaticano

Um encontro movimentou o Vaticano no dia 16 de maio de 2024. O Cacique Raoni, umas das lideranças indígenas mais importantes do Brasil, entregou para o Papa Francisco uma carta com o pedido de ajuda no trabalho de conscientizar os políticos brasileiros sobre a importância da preservação do meio ambiente e dos povos originários.

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Na época, o líder indígena foi para a sede da igreja católica para participar do seminário “Da crise climática à resiliência climática”, promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais e realizado de 14 a 17 de maio na Casina Pio IV.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que “os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza”. Francisco parabenizou “as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção”.

Saiba mais: Portal Amazônia responde: quem é o Cacique Raoni?

O abraço de Francisco a Raoni. Foto: Reprodução/Vaticano

Os pobres são os que mais sofrem com as mudanças climáticas

“A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações”, disse o Papa, que perguntou: “Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?”

Francisco recebeu em audiência o cacique brasileiro, Raoni Metuktire, no Vaticano / Foto: VaticanMedia

Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.

“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões”.

Saiba mais: Cacique Raoni

Cacique Raoni

Cacique Raoni, como é conhecido, talvez seja o líder indígena mais famoso do país. Nascido em 1930, no Mato Grosso, na vila Krajmopyjakare, hoje conhecida como Kapôt, ele pertence ao povo Kayapó e aprendeu português com os irmãos Villas-Bôas. Raoni conquistou fama internacional por sua luta pela preservação da Amazônia. A marca registrada é o adorno em forma de disco que usa no lábio inferior.

Cacique Raoni. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Na Internet, são comuns imagens dele ao lado de personalidades internacionais como o cantor Sting e o ex-presidente francês Jacques Chirac. O cacique também é figura comum em protestos e mobilizações indígenas em todo o Brasil, seja em pequenos municípios ou na capital federal. Seu nome já foi cotado mais de uma vez para candidato ao prêmio Nobel da Paz, mas a iniciativa ainda não se concretizou.

Uma das características culturais que chama bastante atenção quando se observa o cacique é um grande alargador em sua boca, cuja simbologia representa um guerreiro disposto a morrer pela sua tribo. O cacique também costuma usar um cocar de penas amarelas.

No site do Instituto Raoni, que reúne informações sobre sua história, descrevem: “Teve forte atuação na Assembleia Constituinte em 1987 e 1988 junto ao movimento indígena, a qual resultou na inclusão dos direitos fundamentais dos povos indígenas na Constituição Federal de 1988. Em 1989, conseguiu mobilizar a imprensa mundial para a cobertura do “Primeiro Encontro dos Povos Indígenas do Xingu”, em Altamira (PA), contra a construção do Complexo Hidrelétrico do Xingu (que incluía a usina Kararaô, que retornaria anos depois como Usina Hidrelétrica de Belo Monte), resultando no abandono do projeto”. 

*Com informações do Vatican News

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