Na primeira safra, em 2019, o produtor chegou a vender mais de 400 melancias e lucrar cerca de R$ 3 mil.
Um ano depois de apresentar a primeira safra da melancia de casca amarela, o engenheiro agrônomo Romoaldo Silva, de 53 anos, se prepara para comercializar a fruta pelo segundo ano consecutivo. Dentro de 15 dias, ele já deve estar com as primeiras frutas no mercado.
Com uma chácara pequena, no município de Mâncio Lima, no interior do Acre, o carro chefe da produção dele é o café e a melancia hibrida, a de casca verde, mas a inovação no ano passado chamou atenção e ele resolveu plantar novamente neste ano.
Ele contou ainda, em entrevista ao G1 Acre que a melancia de casca amarela não vende mais, porém chama mais atenção dos consumidores. No ano passado, ele conseguiu lucrar R$ 3 mil e pretende chegar ao mesmo valor este ano.
“É um projeto pequeno, mas dá de oferecer uns frutos. E o que mudou do ano passado pra cá é que a comunidade aceitou o produto porque o comum aqui na região, como em todo Brasil, é a da casca verde. Mas, eles ficaram perguntando. Não ia explorar muito essa cultura, só que a comunidade ficou perguntando, então resolvi fazer mais uma amostra”, conta.
Produção menor
O engenheiro conta que a produção vai ser um pouco menor do que a do ano passado, quando plantou mais de 200 covas. Neste ano, são apenas 200, o que pode render até 400 frutos. A produção começou em maio deste ano.
“É uma novidade que eles estão querendo repetir. Tinha feito um teste e se adaptou bem e estamos fazendo novamente, mas é mais para a comunidade local”, ressalta.
A melancia é um pouco menor que a hibrida conhecida na região que chega até 20 quilos. Já a amarela entre 8 e 16 quilos. E vai ser comercializada a R$ 2,50 o quilo. São cinquenta centavos mais caro que a outra.
“Agora em termos de sabor, que é o mais importante para o consumidor, as pessoas que degustaram, sempre elogiaram. Ela é plantada na época certa, no verão, com a umidade relativamente baixa então dá mais sabor à fruta. Ela é muito gostosa, muito doce”, conta.
Aposta
O produtor afirma que se interessou em cultivar a variedade de melancia durante uma viagem para participar de uma feira em Jaru, em Rondônia, depois de um vídeo onde viu, pela primeira vez, a melancia da casca amarela.
Ele conta que ela é de origem Uruguaia e a produção é toda feita junto com Bruno Oliveira, que também é engenheiro agrônomo, com o qual divide as tarefas do Viveiro Vô Raimundo. Ele acrescenta que não tem conhecimento dos fatores genéticos que fazem a casa da fruta ficar amarela.
No ano passado quando os primeiros frutos começaram a dar certo, a propriedade da família passou a ser mais visitada por outros produtores e pesquisadores que foram ver como a planta estava se adaptando.
Além disso, eles tinham plantado apenas em 70 covas e com a repercussão, tiveram que aumentar a produção.
O produtor conta que os cuidados com a variedade da melancia exótica foram os mesmos que ele tem com as que já são comuns na região.