Conhecida com “arco do desmatamento”, a região acabou tomando proporções maiores atingindo novas áreas de Estados da Amazônia Legal.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cerca de 729 mil km² já foram desmatados no bioma Amazônia, o que equivale a 17% do bioma. Desse total, 300.000 Km² foram desmatados nos últimos 20 anos.
O desmatamento acontece por diversos fatores, dentre eles estão a exploração madeireira ilegal, agricultura, desastres naturais, urbanização e mineração. Somente no período de julho a agosto de 2022, 8.590 km² de áreas foram desmatados na região.
Esse rastro de destruição acontece por toda a Amazônia Legal (nove Estados), mas, em específico, ocorre no chamado “arco do desmatamento”, ou a nova fronteira agrícola do desmatamento.
O arco do desmatamento é um território que vai do oeste do Maranhão e sul do Pará em direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre. As rodovias Belém-Brasília e Cuiabá-Porto Velho iniciaram o desenho desse arco que, atualmente, corresponde ao território de 256 municípios que concentram aproximadamente 75% do desmatamento da Amazônia.
Um levantamento do Instituto Socioambiental (ISA), realizado em 2019, aponta que 11 novos municípios haviam alavancado na derrubada, expandindo a zona de destruição para o sudoeste e oeste do Pará, sul do Amazonas e oeste do Acre. O estudo do ISA se baseou nos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Inpe, entre 2008 e 2018, incluindo a estimativa do período entre agosto de 2018 e julho de 2019.
Monitoramentos governamentais e de entidades civis apontam para uma devastação descontrolada principalmente na região do sul do Amazonas, leste do Acre e norte de Rondônia, em uma região conhecida como ‘Amacro’, agora rebatizada Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira.
Em análise realizada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), somente em 2021, 83% do desmatamento no Amazonas se concentrou na região da ‘Amacro’, um total de 1722 km². O aumento do desmatamento na região também se deu devido a recuperação da BR-319.
Segundo o ISA, os vetores são as rodovias BR-163, BR-319 e BR-364. Enquanto isso, municípios da porção sul do arco do desmatamento, em especial no Estado do Mato Grosso, e de ocupação mais antiga, tiveram queda na taxa, o que aponta que a floresta naquela região havia sido destruída quase que completamente, e leva a buscarem novas áreas para desmatar.