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Sábado, 27 Abril 2024

Mamíferos amazônicos de médio e grande porte são monitorados para inventário

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Com o objetivo de oferecer uma base consistente de compartilhamento de informações da fauna do Brasil e aumentar diálogos sobre o meio ambiente, foram instaladas, neste mês, armadilhas fotográficas no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, na Amazônia. O monitoramento da fauna silvestre tem como foco os mamíferos de médio e grande porte, entre eles, antas e veados.

O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é a maior unidade de conservação brasileira de proteção integral. Ele está localizado entre os estados do Amapá e Pará e abrange os municípios amapaenses de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Do lado paraense, o município de Almeirim é alcançado pelo parque.

Saiba mais: Conheça o PARNA Montanhas do Tumucumaque, considerado o maior parque do Brasil

Monitoramento acontece no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. Foto: Divulgação/ICMBio

A ação iniciada neste mês de outubro na unidade, faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP).

Protocolo TEAM de armadilhamento fotográfico 

Está é a terceira edição utilizando a metodologia do Protocolo TEAM de armadilhamento fotográfico desenvolvido pelo ICMBio para monitoramento de diversas espécies.

Apesar do nome parecer ameaçador, o armadilhamento conta com equipamento fotográfico inofensivo e que permite monitorar os animais sem capturá-los.

"Esse protocolo é desenvolvido no mundo todo com a intenção de avaliar e monitorar tendências de fauna, tanto de mamíferos terrestres, quanto de aves terrestres. O objetivo do protocolo é fornecer dados para que a gente possa avaliar tendências e verificar se a unidade de conservação atende os pressupostos de conservação da fauna",

relatou a analista ambiental do ICMBio, Fernanda Colares.
Espécie da família dos cervídeos, popularmente conhecidos como veados, foram avistados durante o último monitoramento, em outubro do ano passado. Foto: Divulgação/ICMBio

Ao todo, desta ve,z foram instaladas 62 armadilhas fotográficas que vão permitir fornecer informações e dados científicos para poder avaliar se Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque está cumprindo um dos seus deveres, que é proteger a fauna.

Participam pesquisadores, gestores e jovens do assentamento Sete Ilhas, localizado na Perimetral Norte, no município de Pedra Branca do Amapari. Estes últimos são essenciais por conhecerem a localidade.

Coletas de dados diversos

Além de inventariar a fauna silvestre, o protocolo TEAM permite estimativas de diversos parâmetros de biodiversidade. 

Em paralelo com o monitoramento de mamíferos de médio e grande porte, também são realizados outros monitoramentos, como os quelônios amazônicos e o componente florestal, que tem como alvo as borboletas frugívoras, plantas arbóreas e arborescentes.

Descobertas em expedições passadas

O grupo já estuda a existência de duas espécies na Amazônia que possivelmente nunca antes foram registradas: o gato-mourisco e anta-pretinha.

Desde 2021, as armadilhas fotográficas são implantadas no Parque. Na última expedição, em outubro do ano passado, foram posicionadas 72 câmeras em alguns locais considerados de grande movimentação de animais, de acordo com os pesquisadores.

Durante a análise das imagens colhidas, foram identificadas as possíveis novas espécies citadas acima.

"Identificamos um gato que é bem raro, o gato-mourisco. Estamos verificando que a pelagem dele talvez seja diferente de pelagens dessa espécie de outras regiões do Brasil. Aqui, o que a gente identificou tem o corpo mais escuro e a cabeça mais amarelada, então, isso pode indicar tendências na variação dessa espécie aqui no Amapá", 

explicou a bióloga Fernanda Colares.
Equipes montam armadilhas fotográfica para monitorar mamíferos na Amazônia. Foto: Divulgação/ICMBio

"Geralmente a gente vê muito a anta marrom, de coloração caramelo. A Sociedade Brasileira de Mastozoologia ainda não bateu o martelo se se trata, ou não, de uma nova espécie de anta para a Amazônia. De qualquer forma essa variação foi localizada no parque, e é diferente da outra espécie", completou.

*Por Núbia Pacheco, do g1 Aampá

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