Os incêndios se concentram nas porções sudeste, noroeste e sudoeste. A Polícia Civil abriu investigação para apurar o caso e disse que há indícios de crime ambiental.
Mais de 8 mil hectares de vegetação da Reserva Biológica do Lago Piratuba, no leste do Amapá, já foram consumidos por três incêndios que atingem a área. Pelo menos 45 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis (Ibama) atuam em uma nova linha de frente depois que as chamas ultrapassaram as trincheiras do último local onde os trabalhos estavam concentrados.
Os incêndios se concentram nas porções sudeste, noroeste e sudoeste – neste último onde as equipes estão. A Polícia Civil do Amapá abriu investigação para apurar o caso e disse que há indícios de crime ambiental.
A chefe da reserva, Patrícia Pinha, explicou que por conta de limitação de pessoal e de apoio aéreo, só conseguem combater um dos incêndios.
“Hoje na reserva ocorrem três incêndios florestais de difícil controle e em localidades da reserva bem distintas. A gente tem um que estamos combatendo, que é esse na região sudoeste; um na região sudeste, que atinge florestas de mangue; e um outro incêndio na região noroeste. Os três têm grandes proporções”,
descreveu Pinha.
“A gente ‘tava’ fazendo o monitoramento. Ele [fogo] ‘tava’ avançando em média 300 metros por dia e essa era a nossa análise. Só que ele pegou uma área aberta e acabou que ele pegou uma velocidade muito maior e conseguiu avançar quatro quilômetros num dia. Então realmente o fogo nos venceu nessa, mas a gente fez uma nova logística e a gente estima que agora consiga vencer esse incêndio”, informou a analista ambiental do ICMBio, Dayane Pastana.
A nova linha de defesa foi montada a cerca de 4 quilômetros da anterior e os trabalhos tiveram que recomeçar. Brigadistas indígenas do PrevFogo do Ibama foram de Oiapoque, no Extremo Norte do Amapá, ajudar nos combates.
“Eu vim juntamente com a minha equipe lá da aldeia do Manga, da Terra Indígena Uaçá, pra somar com eles. A gente tá acostumado pegar o incêndio superficial e aqui é outro clima e outro modo de trabalho. A gente tem orgulho do que a gente faz né, de proteger a natureza. E estamos aqui até o dia que for preciso”, disse o brigadista indígena Edson dos Santos Martins.