A perspectiva é que a atuação do fenômeno climático ganhe força até dezembro e intensifique o déficit de chuva sobre o leste e o norte da Amazônia.
Por influência do El Niño junto a anomalia de temperatura do Atlântico Tropical, os volumes de precipitação de chuva ficarão abaixo da média na região Norte nos próximos meses. De acordo com o coordenador-geral de Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilvan Sampaio, o sudoeste da Amazônia voltará a receber chuvas a partir de novembro, mas a precipitação ficará abaixo da média e possivelmente a recuperação será lenta.
A perspectiva é que a atuação do El Niño ganhe força até dezembro e intensifique o déficit de chuva sobre o leste e o norte da Amazônia e no norte do Nordeste. Para o norte do Nordeste, a indicação é de que o Atlântico Norte continuará aquecido, o que contribui para a seca.
Sampaio observa que para Rondônia a perspectiva é de manter chuvas abaixo da média. “É nesta área que está a bacia do rio Madeira, que tem contribuição importante para rio Amazonas”, explica. O Madeira é o principal afluente do Amazonas. As vazões naturais em Porto Velho (RO) apresentam valores 51% abaixo da média em outubro.
Os mapas do boletim conjunto do Inpe, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Funceme publicados no dia 26 de outubro foram apresentados durante sessão de debates sobre fenômenos climáticos realizada no Senado Federal.
O mapa da nota técnica indica faixas na cor amarelo e laranja com chuvas abaixo da média para grande parte da região Norte do país.
Durante a sessão no Senado, o diretor-geral do Inpe, Clézio De Nardin, afirmou que a anomalia de temperatura das águas do Atlântico Tropical Norte está entre as maiores mais registradas e estão impactando a formação de nuvens de chuva sobre a Amazônia.
“A seca gravíssima que está no sudeste da Amazônia passará para o leste da Amazônia”,
afirmou.
*Com informações do MCTI