Os trabalhos com as lhamas têm como objetivo induzir a produção de anticorpos
Quatro lhamas, sendo três machos e uma fêmea, foram transferidos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Curitiba (PR) para Porto Velho. Os camelídeos sul-americanos são utilizados em estudos e, segundo a instituição, podem ser uma importante arma para aplicações na imunoterapia e auxiliar no diagnóstico de doenças em humanos.
A pesquisadora em saúde pública, doutora Soraya Santos, é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas com os nanocorpos na Fiocruz-RO e explica que, em acidentes ofídicos, a pesquisa estuda proteínas e toxinas que compõem o veneno.
Os trabalhos com as lhamas têm como objetivo induzir a produção de anticorpos que podem ser isolados e, após testes, indicar se podem ser usados em terapêutica ou diagnósticos.
Uma das vantagens destacadas pela doutora Soraya no trabalho de pesquisa com as lhamas é que esses animais produzem, além de anticorpo convencionais, anticorpos menores, que alcançam regiões inacessíveis aos anticorpos convencionais.
Para produzirem esses anticorpos menores, os animais são expostos a diferentes alvos, a partir da inoculação de proteínas do vírus ou toxinas isoladas do veneno de serpente, de forma parecida com a imunização pelas vacinas.
A Fiocruz-RO trabalha com esses animais desde 2004. As lhamas têm a fácil adaptação ao clima quente e úmido da Amazônia.
Com a equipe da Fiocruz-RO, estão trabalhando pesquisadores da Fiocruz Ceará e Fiocruz Ribeirão Preto (SP), além de outras instituições em Rondônia, entre as quais, o Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), Sesau, Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RO), Fundação Unir, Instituto Carlos Chagas (ICC- Fiocruz Paraná), e Instituto Oswaldo Cruz (IOC) no Rio de Janeiro.
Escrito por Jheniffer Núbia