“Guia de Visitação Domiciliar” prepara Agentes Comunitários de Saúde que atendem crianças ribeirinhas do Amazonas

Uma iniciativa que atende a primeira infância, promovida pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), o programa Primeira Infância Ribeirinha (PIR) tem o objetivo de levar assistência integral a crianças ribeirinhas residentes de comunidades situadas em Unidades de Conservação (UC).

Uma iniciativa que atende a primeira infância, promovida pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), o programa Primeira Infância Ribeirinha (PIR) tem o objetivo de levar assistência integral a crianças ribeirinhas residentes de comunidades situadas em Unidades de Conservação (UC), que são coordenadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema)Esse zelo é essencial a crianças que vivem em comunidades ribeirinhas do Amazonas.

A iniciativa alcança mais de 11.295 mil crianças de 14.908 famílias, segundo dados de 2019, nos perímetros dos municípios de Coari, Itapiranga, Maraã, Novo Aripuanã, Tefé e Uarini. No programa, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são capacitados para fazer um acompanhamento integral de gestantes e crianças de 0 a 6 anos, tendo como apoio uma metodologia própria inspirada em políticas do Ministério da Saúde, chamada ‘ Guia de Visitação Domiciliar’. Até hoje, 308 agentes já foram formados na metodologia de primeira infância ribeirinha. Neste mês, no município de Tefé, foi realizada mais uma formação do Primeira Infância Ribeirinha, com 78 participantes de diversas categorias da Secretaria de Saúde: ACS, técnico de enfermagem, enfermeiros, odontólogo, nutricionista, psicólogo e outros. Na atividade estiveram presentes técnicos das Secretarias de Assistência Social e Saúde, e em uma atividade anterior, a Secretaria de Educação havia participado também. A integração das Secretarias mencionadas deste trabalho em Tefé é decorrente do projeto que está em desenvolvimento em prol do fortalecimento das ações de Primeira Infância.

De acordo com Franci Lima, analista técnica em primeira infância da FAS, os principais problemas encontrados em supervisões do PIR, momento no qual possibilita acompanhar a aplicabilidade da metodologia sendo utilizada por ACS junto a famílias com crianças e gestantes nas comunidades ribeirinhas, são a ausência de certidão de nascimento, vacinações atrasadas, distância geográfica e escassez de serviços básicos para as crianças ribeirinhas.

“O nosso principal objetivo é a prevenção. Para isso, os agentes recebem dois ciclos de formação baseado no Guia de Visitação domiciliar, o qual possui uma linguagem prática, acessível e pode ser utilizado em qualquer período gestacional e ou de vida da criança. O material é composto por 93 visitas com assuntos desde a suspeita da gravidez até a criança completar 6 anos de idade”, afirma a analista técnica em primeira infância da FAS, Franci Lima.

Antes do avanço da pandemia de Covid-19, em fevereiro, a FAS seguindo o cronograma proposto via ações do PIR, para o melhor acompanhamento dos resultados in loco realizou em fevereiro, supervisão nas comunidades ribeirinhas pertencentes ao município de Tefé, localizadas no Lago de Caiambé: Severino, Santa Rosa, Felicidade, Cairara, São Francisco do Miriti, Feliciana, São José do Igarapé Açú e Distrito de Caiambé, juntamente com os ACS das respectivas comunidades.

Foto: Dirce Quintino

 Comprometimento para fazer a diferença

Em junho deste ano uma formação com diretrizes de Saúde, Educação e Cidadania para 18 agentes foi formada. A formação foi inédita pois parte foi presencial, sendo realizada no município de Carauari e parte virtual, tendo as instruções transmitidas pela analista técnica da FAS locada em Manaus. A pandemia causada pelo novo coronavírus alterou a programação da formação, no entanto, não foi empecilho para que os ACSs, se reinventassem e pudessem se debruçar no aprendizado para seguir levando um melhor atendimento às famílias ribeirinhas no interior Amazonas.

Para o ACS Pablo de Souza Ferreira da comunidade Morada Nova, de Carauari, o aprendizado que mais o marcou nessa formação on-line foi o conhecimento sobre os cuidados com gestantes e bebês para que assim, possa melhor orientar as futuras mães.

“Nessa formação aprendi sobre os cuidados que as gestantes devem ter neste período e dos cuidados com o bebê, tão significativo na primeira infância. Acredito que esse conhecimento é muito importante para meu trabalho e desempenho, pois dessa forma vou poder passar esse conhecimento durante as visitas de acompanhamento que realizo”, disse Pablo.

Foto: Dirceu Quintino

 Reconhecimento nacional

No segundo semestre de 2019, o Programa Infância Ribeirinha teve o reconhecimento pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil (FBB) como tecnologia social. O projeto foi selecionado como um dos três finalistas na categoria Primeira Infância, concorrendo com outras duas iniciativas desenvolvidas no país com foco na população de 0 a 6 anos, o Programa Municipal de Aleitamento Materno PRÓ-MAMÁ, da Prefeitura Municipal de Osório, no Rio Grande do Sul, e o Visitação Domiciliar na Primeira Infância, da Secretaria da Saúde de Porto Alegre, também no Rio Grande do Sul.

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