Exclusão escolar de crianças e adolescentes aumenta 709% em Roraima

Pesquisa mostra que 38,6% das crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos ficaram excluídos da educação durante o primeiro ano da pandemia

O número de crianças e adolescentes que deixaram de frequentar a escola em Roraima aumentou mais de 709% entre 2019 e 2020. Os dados fazem parte de um estudo desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Cenpec Educação.

Na pesquisa, foi considerada uma população de 141.987 crianças e adolescentes, com idade escolar entre 6 e 17 anos em Roraima. Destes, 5.806 não frequentaram a escola em 2019. Com escolas fechadas por causa da pandemia, em 2020, o número de excluídos aumentou para 46.987.

Foto: Secretaria de Educação de Pernambuco/Divulgação

O G1 procurou o governo de Roraima e a prefeitura de Boa Vista para saber quais políticas públicas têm sido adotadas para diminuir a exclusão escolar, mas não teve resposta até a última atualização da reportagem.

O estudo faz um panorama da exclusão escolar antes e durante a pandemia. O levantamento também mostra que o Brasil corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação.

Em números percentuais, Roraima (38,6%) fica em primeiro lugar no país na exclusão educacional. A lista é seguida por outros estados como o Amapá (35,7%), Amazonas (32%), Pará (32%) e Bahia (30,7%). As menores taxas são de Santa Catarina e Paraná, ambos com 4,4%.

Mais de 5,5 milhões sem acesso a educação em 2020

No Brasil, mais de 5,5 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, não tiveram acesso a educação em 2020. O número é semelhante ao registrado no país no início dos anos 2000, conforme a pesquisa da Unicef e Cenpec Educação.

Com as escolas fechadas por conta da pandemia, em novembro de 2020, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes da faixa etária pesquisada não frequentavam a escola (remota ou presencialmente). A eles, somam-se outros 3,7 milhões que estavam matriculados, mas não tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram se manter aprendendo em casa.

No total, 5,1 milhões tiveram seu direito à educação negado em novembro de 2020. Dado corresponde a 13,9% das meninas e dos meninos de 6 a 17 anos do país.

Dos 5,1 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação no Brasil em novembro de 2020, 41% tinham de 6 a 10 anos de idade; 27,8% tinham de 11 a 14 anos; e 31,2% tinham de 15 a 17 anos, faixa etária que era a mais excluída antes da pandemia.

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