Prefeitura de Boa Vista inicia 1ª edição dos Jogos das Escolas Indígenas

Competição levou as brincadeiras tradicionais das comunidades como cabo de guerra, corrida livre, futebol do lavrado, arco e flecha e baladeira.

Valorizando a cultura e a tradição dos povos indígenas, a Prefeitura de Boa Vista deu início à 1ª edição dos Jogos das Escolas Indígenas da rede municipal, nesta quinta-feira, 28. A programação esportiva levou diversão e destacou talentos, reunindo cerca de 200 atletas mirins na Escola Municipal Vovô Jandico da Silva, na comunidade Serra da Moça. 

Evento busca resgatar os costumes e diversas brincadeiras da cultura indígena. Foto: Andrezza Mariot/Semuc/PMBV

A competição da Etapa Murupú foi entre as escolas Vicente André da Silva (Truarú da Cabeceira), Martins Pereira (Morcego), Francisca Gomes (Serra do Truarú), e Vovô Jandico da Silva (Serra da Moça). Uma verdadeira diversão para os alunos, que revelaram seus talentos nas modalidades de cabo de guerra, corrida livre, futebol do lavrado, arco e flecha, e baladeira, brincadeiras tradicionais das comunidades indígenas.

“É um evento importante para a rede municipal e para as comunidades. Uma forma de valorizar os costumes, a cultura e demonstrar respeito por todos os indígenas da nossa região”, disse a secretária municipal de Educação e Cultura, Maria Consuelo Sales.

.A 1ª edição dos Jogos Escolares Indígenas, contou com cerca de 200 alunos da rede municipal de ensino, que ganharam troféus, representando
cada escola. Foto: Andrezza Mariot/Semuc/PMBV

Todas as escolas, de alguma forma, se destacaram em alguma modalidade. Levaram para casa, medalhas de participação e troféus de 1º, 2º e 3º lugar. A Escola indígena Vicente André da Silva, preparou bem seus alunos para os jogos e conquistou sete troféus. Para a professora responsável, Ana Claudia Gino, foi uma experiência marcante para a criançada.

“Essa iniciativa nos levou a estimular nossas crianças para as práticas esportivas, tanto nas modalidades da cultura indígena quanto das tradicionais que as crianças amam. Ficamos em primeiro lugar em cinco modalidades, uma em segundo e outra em terceiro. Estamos transbordando gratidão pela oportunidade. Foi lindo ver a alegria das crianças e a união das equipes. Saímos vitoriosos em todos os sentidos”, disse.

Para a aluna Jholie Enie Aleixo, 9 anos, da escola Vovô Jandico, foi uma alegria ter participado dos jogos. “Agradeço meus professores que ajudaram muito. Me preparei para o Arco e Flecha e o cabo de guerra e conquistamos troféus. Muito feliz pela participação”, disse.

O evento conta com a participação da própria comunidade indígena, que apoia e incentiva a valorização da cultura indígena. Foto: Andrezza Mariot/Semuc/PMBV

Para o tuxaua da Comunidade Serra da Moça, Alexsandro Chagas, foi uma honra apoiar uma organização desse porte para as crianças da região. “A gente estava na expectativa de receber o evento. Nos organizamos e colaboramos para trazer entretenimento e diversão para os alunos. Foi uma festa para a criançada com lazer, futebol e brincadeiras. A gente sempre apoia iniciativas que valorizam a nossa cultura”, disse. 

Etapa Baixo São Marcos 

Será na próxima quinta-feira, 5, na Escola Municipal Indígena Ko’ko Ermelinda Raposo da Silva, na Comunidade Campo Alegre, das 8h30 ás 16h. O evento envolverá alunos de 8 escolas indígenas do município: Clemente dos Santos; Dukuzyy Sebastião; Ignês Benedicto; Tuxaua Albino Morais; Ko’Ko Ermelinda Raposo da Silva; Vovó Terezinha da Silva; Vovó Tereza da Silva; Vovó Antonia Celestina da Silva.

Escolas nas comunidades ensinam as línguas maternas aos alunos, como parte do currículo escolar e oferecem o mesmo ensino pedagógico,
oferecido na zona urbana de Boa Vista. Foto: Welika Matos/Semuc/PMBV

Educação Indígena – valorização da cultura e tradição dos povos

A mesma atenção educacional da área urbana é dada às escolas indígenas do município, que atendem hoje, cerca de 900 crianças da pré-escola ao 5º Ano do Ensino Fundamental. O ensino nestas localidades tem seu diferencial, como por exemplo, a Língua Materna, onde as escolas ofertam as línguas Macuxi ou Wapichana, como parte do currículo escolar.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), hoje é realidade na Escola Indígena Martins Pereira da Silva (Comunidade Morcego) e está em estudo de ampliação para as demais unidades. Desde o início da gestão do prefeito Arthur Henrique, 8 escolas indígenas foram revitalizadas ou ampliadas. Atualmente, a Antonia Celestina da Silva está em reforma e a Francisca Gomes da Silva (Serra do Truarú) receberá um prédio novo.

As escolas indígenas contam com Café da manhã; Transporte escolar (micro-ônibus e pick-ups para regiões de difícil acesso); Cardápio adequado às necessidades nutricionais e levando em consideração a alimentação tradicional das comunidades.

Utilizam os mesmos materiais didáticos das escolas urbanas, contam com laboratório móvel de ciências, lousa digital e mesas pedagógicas. Além disso, a SMEC oferta formações aos profissionais nas próprias comunidades, e são realizadas visitas periódicas de assessoramento e suporte pedagógico.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Novo grupo de indígenas isolados no Amazonas está sem proteção há mais de um ano

Funai não publica portaria de restrição de uso nem monta base para monitorar isolados; empresa madeireira e de exploração de gás e óleo atuam na região.

Leia também

Publicidade