Em Manaus, setor têxtil perde força com saída da Brasjuta

MANAUS – Gargalos na obtenção da matéria-prima, na sustentabilidade produtiva para a obtenção da fibra e possíveis dívidas junto ao governo do Estado atrapalharam o funcionamento da empresa Brasjuta da Amazônia S.A. Fiação, Tecelagem e Sacaria, uma das duas únicas fabricantes que integravam o setor têxtil do Polo Industrial de Manaus (PIM). No início deste mês a empresa demitiu os funcionários e fixou uma placa na fachada do prédio anunciando que o imóvel foi leiloado. 
A fabricante deverá retomar as atividades nos próximos meses com instalações em uma área localizada na estrada que liga os municípios de Iranduba e Manacapuru. Segundo uma fonte (que pediu para não ser identificada)ligada ao sindicato dos trabalhadores da indústria têxtil, a parceria com o governo do Estado não foi suficiente para salvar a empresa que desde novembro passado ameaçava parar a produção por falta de matéria-prima.“O Estado importa 80% das fibras de Bangladesh, com a proibição de venda pelo país asiático o fechamento e o não pagamento do empréstimo junto ao Estado era previsível. Desde a última terça-feira (2) as demissões veem acontecendo e a Afeam tomou a unidade da empresa do Distrito Industrial em janeiro, inclusiveo prédio já foi leiloado”, afirma.De acordo com o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, a fabricante interrompeu as atividades na capital por conta da baixa demanda, resultante da redução nos fornecimentos de sacarias aos demais Estados brasileiros. Ele afirma que da mesma forma que os demais segmentos industriais foram afetados, o de tecelagem também foi impactado.Silva afirma que a Brasjuta passa por um período de reformulação no projeto industrial e que os trabalhos devem voltar a acontecer nos próximos meses, mas agora, em uma unidade localizada em uma área localizada na estrada que dá acesso a Manacapuru.O presidente também disse que os equipamentos fabris estão sendo deslocados da antiga empresa ao novo local de operação. “A Brasjuta iniciou a produção na área entre o Iranduba e Manacapuru. Ao decidirem se instalar em Manaus, no PIM, tiveram acesso a um financiamento por meio da Afeam. A empresa fez um grande investimento na unidade da capital e apostaram no crescimento da produção de fibra de juta, o que infelizmente não ocorreu. Em decorrência da crise estão fazendo um redesenho industrial”, explicou o presidente. 
“Eles devem voltar a produzir nos próximos meses”, informou. Por meio de nota o diretorpresidente da Afeam, Evandor Geber Filho, disse que a agência não tem participação na empresa Brasjuta desde o dia 25 de novembro de 2013 e que quaisquer questionamentos devem ser direcionadas aos acionistas da empresa. A reportagem tentou contato com o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Amazonas e diretor-executivo da Brasjuta, Sebastião Guerreiro, mas ele não quis falar sobre o assunto nem mesmo como representante do setor.
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