Ecossistema de inovação da Amazônia Legal vai receber investimento de R$ 4,2 milhões

Inscrições para o programa Sinapse da Bioeconomia abriram no dia 18 de abril. Iniciativa da Plataforma Jornada Amazônia destinará os recursos para até 70 projetos de inovação.

A Plataforma Jornada Amazônia abre inscrições para uma nova rodada do Programa Sinapse da Bioeconomia. A iniciativa visa estimular a criação de empreendimentos inovadores que auxiliem na preservação da floresta em todos os estados da Amazônia Legal. Nesta edição serão injetados até R$ 4,2 milhões no ecossistema de inovação amazônico, distribuídos para até 70 projetos com recursos não-reembolsáveis no valor de até R$ 60 mil para cada. 

O Sinapse Bio teve sua primeira edição em 2023, com a seleção de 71 projetos de 14 estados do país, com destaque para negócios dos segmentos de Alimentos e Bebidas, Agronegócios, Florestal, Cosméticos e Pesca e Aquicultura.

“Em 2023 apoiamos mais de 70 negócios em diversos setores, voltados a resolver problemas diversos da região amazônica. Agora, novamente, convidamos os empreendedores e pesquisadores da região a dar corpo às suas ideias inovadoras. Temos um grande potencial de soluções para o futuro da região sendo colocadas em prática e há espaço para mais inovação em negócios que contribuam para a manutenção da floresta em pé”, convida Marcos Da-Ré, diretor do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI, realizadora e coordenadora da Plataforma Jornada Amazônia ao lado do Instituto CERTI Amazônia. A Plataforma Jornada Amazônia tem a coparticipação e investimentos do Bradesco, Fundo Vale, Itaú Unibanco e Santander.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Podem ser inscritas ideias ou negócios inovadores, com ou sem CNPJ ativo, cujas soluções apresentem potencial para contribuir positivamente com a bioeconomia da região Amazônica e para a competitividade da floresta em pé, que utilizem de forma sustentável produtos da biodiversidade amazônica. 

Ainda podem participar soluções que recuperam solos e/ou desenvolvem serviços e tecnologias para proporcionar condições favoráveis para a nova economia regenerativa, além de ideias ou negócios inovadores e escaláveis que demonstrem que a solução possui potencial de impacto positivo para a bioeconomia de base florestal. Todas as soluções devem gerar competitividade para a floresta em pé.

Vale destacar que o programa possui abrangência em todo o território nacional, destinando pelo menos 80% do número de vagas para empreendedores residentes nos municípios da Amazônia Legal.

Serão admitidos projetos em diversos segmentos de atuação, como Alimentos e Bebidas; Cosméticos e cadeias de insumos; Fármacos e Fitofármacos; Química verde; Tecnologias transversais; Florestas e Sistemas agroflorestais; Energia Sustentável; entre outros.

Programa estimula nova geração de negócios de impacto na bioeconomia 

Um dos exemplos de ideias inovadoras que estão ganhando robustez para transformar o mercado a partir do apoio e conhecimentos do Sinapse da Bioeconomia são as agritechs Apys e Bactolac.

A cadeia produtiva de mel movimenta quase R$ 1 bilhão anualmente, segundo dados do IBGE. O apicultor Régis Adriano de Paula destaca que esse mercado é enorme e é pouco explorado por falta de tecnologia e dificuldades de gestão. Para revolucionar essa cadeia produtiva, Régis fundou a Apys, startup que está levando tecnologias de ponta para pequenos e médios produtores e criadores de abelhas.

“Apesar de sermos responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos que chega às famílias no país, ainda somos invisíveis para a sociedade, Estado e mercado. Neste cenário de desafios, a Apys tem levado técnicas avançadas de manejo e fazendo a conexão com o mercado, ao mesmo tempo que promove o uso sustentável. Por isso, as mentorias do Sinapse Bio têm sido fundamentais para atualizar nosso mindset sobre os processos da bioeconomia, como podemos atualizar o manejo de nossa produção com tecnologia e fazer a economia crescer mantendo a floresta de pé”, destaca.

A exemplo da Apys, a Bactolac, startup de biotecnologia também vem para revolucionar seu segmento de atuação, neste caso, a piscicultura. Antônio Carlos Freitas Souza, fundador da Bactolac, reforça que a missão do empreendimento inovador é a modernização do manejo e produção na criação de peixes do Brasil. A participação no Sinapse da Bioeconomia tem contribuído para a evolução do negócio e no relacionamento com os possíveis clientes. 

“O programa para nós tem sido quase um capital semente e as mentorias e treinamentos tem agregado muito valor no processo de validação do nosso negócio. Nosso objetivo é contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva, com redução de custos e agregando mais saúde”, comenta.

Entenda 

Na primeira fase, que segue até o dia 31 de maio, do processo de seleção, todos os empreendedores devem inscrever sua ideia inovadora, apresentando a solução, seu diferencial inovador e contexto socioambiental, com dados da equipe e envio de pitch de até três minutos. Os aprovados para a segunda fase devem então detalhar a proposta, apresentando a viabilidade financeira e desenvolvimento do negócio, cronograma financeiro e um novo pitch, além de um plano de aplicação dos recursos financeiros a serem recebidos.

A terceira fase compreende uma entrevista, para o proponente detalhar a proposta submetida na fase anterior para a equipe do programa. Durante as três fases de seleção, a Plataforma Jornada Amazônia oferece capacitações gratuitas online para os candidatos a fim aprimorar suas ideias e projetos.

Por fim, no dia 13 de setembro será divulgado o resultado da seleção e os projetos vencedores entram na etapa de pré-incubação, um período de seis meses no qual irão receber mais um conjunto de capacitações online, participarão de workshops presenciais e online, e suporte para desenvolver seu negócio em conjunto com os recursos recebidos. Além disso, terão a oportunidade de apresentar suas soluções em uma Feira de Negócios para potenciais clientes, investidores e parceiros.  

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