Presidente Lula assinou homologação nesta terça-feira (5), no Dia da Amazônia. Povo comemorou no Festival Mariri, em Tarauacá.
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinar a demarcação de duas terras indígenas, Rio Gregório e Acapuri de Cima, nesta quinta-feira (5), o povo indígena Yawanawá, da terra Indígena Rio Gregório, comemorou a decisão durante o Festival Mariri, um dos maiores festivais indígenas do Acre.
A terra conta com 560 indígenas dos povos Katukina Pano e Yawanawá, que fica em Tarauacá, no interior do estado. A comemoração ocorreu no evento na Aldeia Mutum, que fica às margens do rio.
A liderança indígena Joaquim Tashka, que coordena os festivais, disse que o sentimento é de felicidade. “Eu vim aqui agradecer ao presidente Lula, imensamente, por ele ter esse olhar voltado aos povos indígenas, que desde os tempos imemoriais, vivem em seu território. Estamos celebrando aqui no Mariri Yawanawá por esse feito tão importante onde ele assinou a homologação da nossa terra indígena”, disse.
O sentimento é compartilhado pela pajé Hushahu Yawanawá, a primeira da etnia. “Eu estou pulando de alegria e gritando a todo o universo divino, para todo o criador, que esse momento foi tão lindo para todo nosso povo, para nossas crianças”, destacou.
De acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a demarcação de terras indígenas visa estabelecer o limite dos territórios e de garantir o direito indígena à terra, impedindo a ocupação por terceiros. Essa função é de competência do poder Executivo e é um direito previsto na Constituição de 1988.
A homologação, feita por decreto assinado pelo presidente da República, é o último ato antes do registro formal da terra indígena.
Anúncio no Dia da Amazônia
Lula havia anunciado a assinatura das demarcações e da criação das unidades de conservação durante uma live em rede social na manhã de terça (5), data em que se comemora o Dia da Amazônia. O presidente também assinou a criação de novas áreas de proteção ambiental.
Em abril, ele já havia assinado a homologação da demarcação de seis terras indígenas. Dentre elas, Arara do Rio Amônia (AC), do povo Arara.
Festival Mariri
A celebração indígena trata-se de uma semana de cânticos, reza, dança, cura, da expressão artística e cultural e espiritual. Segundo Tashka, todos os anos o Mariri celebra a vida, os ancestrais e a espiritualidade Yawanawá.
Ainda segundo o coordenador, é esperado que quase duas mil pessoas passem pela aldeia durante a festividade. O festival é um dos mais tradicionais do estado e ocorre desde 2013.
Durante a celebração, os turistas têm acesso ao chá ayahuasca, usam rapé de tabaco e a vacina do sapo. “Vem pessoas do mundo todo celebrar com a gente. O Mariri Yawanawá é muito intrínseco, é uma cura pessoal, até nós da aldeia esperamos o ano todo pelo ele. Paramos para celebrar a vida, a natureza”, concluiu.
*Por Renato Menezes, do g1 Acre