PMB pede apuração da morte do indígena Isac Tembé

Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos, encaminhou representantes para dar suporte às organizações de direitos humanos que estão atuando na área da defesa dos povos indígenas.

A população indígena Tembé-Tenetehara, localizada no município de Capitão Poço, na terra indígena Alto Rio Guamá, perdeu de forma brutal a jovem liderança indígena, Isac Tembé, 24 anos, professor de história atuante na comunidade e na organização da juventude.

Na sexta-feira (12), ao sair para caçar, após mais um dia de trabalho na construção de sua casa para morar com a esposa, que está grávida, Isac Tembé, de acordo com as lideranças Tembé, foi assassinado a tiros por policiais militares que estariam realizando a segurança de propriedades rurais, como relatam os indígenas em nota divulgada pela Associação Indígena Tembé das aldeias Tawari e Zawaruhu, no último domingo, (14).

Foto: Reprodução / Facebook

A Polícia Militar acusa o indígena de estar dentro de propriedade privada e que o grupo estaria tentando roubar gados da fazenda, versão que os Tembé negam veementemente.

“Por que chegaram atirando contra nossos jovens,filhos, netos e sobrinhos, que caçavam, prática que faz parte da cultura de nosso povo? A Polícia Militar assassinou duas vezes Isac Tembé: mataram seu corpo e tentam matar sua memória quando atacam a índole de nosso jovem guerreiro e liderança exemplar”, afirma o povo Tembé.

No intuito de prestar solidariedade aos familiares de Isac Tembé, a Prefeitura de Belém por meio da Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos, encaminhou, no domingo, 14, representantes para prestar solidariedade à família Tembé e dar suporte às organizações de direitos humanos que estão atuando na área da defesa dos povos indígenas. 

Para o titular da Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos, Max Costa, não se pode calar a voz diante de violência ao povo indígena, “Nós acreditamos que não podemos continuar convivendo com qualquer característica de pistolagem no campo, com assassinatos no campo, invasões de terras indígenas, violências contra as populações indígenas tradicionais de nosso estado. Por isso, nós nos solidarizamos ao povo Tembé e cobramos das autoridades do Estado que façam a devida apuração para que o crime possa ser solucionado e as pessoas envolvidas devidamente responsabilizadas”, cobra Max Costa.

Pelas redes sociais o prefeito Edmilson Rodrigues prestou solidariedade ao povo Tembé e pediu à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) e ao Ministério Público Federal (MPF), que apure com rigor o assassinato do jovem indígena.

A população indígena Tembé afirma que Isac atuava na comunidade e na organização da juventude e que nunca se envolveu em qualquer ato ilícito ou portou e disparou uma arma de fogo. Dessa forma, o povo Tembé enfatiza, “repudiamos como mentirosa a versão dos policiais militares, que alegam ter reagido a uma agressão a tiros. Somos um povo da alegria e da festa; um povo pacífico, ordeiro e cumpridor da lei. Exigimos das autoridades uma apuração rápida, transparente e rigorosa, a fim de identificar e punir os responsáveis por esse crime”, destacou o povo Tembé.

Investigação

No último sábado,13, o Ministério Público Federal (MPF) encaminhou ofício solicitando informações sobre a morte do indígena à Polícia Militar, à Polícia Federal, à Polícia Civil e à Fundação Nacional do Índio (Funai).

Também acompanham o caso, a Comissão Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (CPDDH), Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará (CDHDC-Alepa) e a Ouvidora do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS).

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Publicidade

Mais acessadas:

Em Cacoal, cafeicultura impulsiona desde comunidades indígenas a empreendedores urbanos

Mais de 17 mil famílias produzem café em Rondônia em áreas inferiores a 5 hectares.
Publicidade

Leia também

Publicidade