Cachoeira de Iracema na seca em 2024. Foto: Francisco Carioca/Rede Amazônica AM
A forte estiagem que atinge o estado do Amazonas já afeta as cachoeiras de Presidente Figueiredo, conhecidas por seu volume abundante de água. A diminuição do fluxo hídrico preocupa comunidades locais e o setor agrícola, que já enfrenta dificuldades com a falta de água para irrigação. Devido à seca e baixa no nível de água, a Prefeitura de Figueiredo decretou situação de emergência por 120 dias.
O volume de água normal na cachoeira de Iracema, uma das mais atrativas da cidade, costuma ser grande. Quando chove, os pedrais até desaparecem devido ao forte fluxo. Agora, o cenário da cachoeira mudou: o volume de água está menor e mais pedras estão expostas. Até quem não conhece o local percebe a diferença.
O volume de água na corredeira do Urubuí também já está menor, consequência da estiagem que atinge o estado.
Cerca de 4 mil pessoas visitam Presidente Figueiredo todos os fins de semana durante o verão. A redução no volume de água das cachoeiras não afeta o turismo, mas causa prejuízo às comunidades e ao setor agrícola, que fica sem água para irrigação.
Seca no Amazonas
No último dia 28, o governo do Estado declarou situação de emergência ambiental e de saúde pública em todas as 62 cidades do Amazonas devido à seca e queimadas na região. Conforme boletim divulgado pela Defesa Civil do Amazonas nesta quinta-feira, já são mais de 364 mil pessoas afetadas pela estiagem em todo o estado.
O decreto na capital amazonense foi assinado um dia após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitar o Amazonas ao lado de ministros para avaliar a situação da seca no estado. Durante a agenda, Lula anunciou quatro projetos de dragagem nos rios Amazonas e Solimões, e outras medidas para amenizar os impactos da estiagem.
Na capital Manaus, o nível do Rio Negro, em Manaus, atingiu a cota de 16,97 metros de acordo com a medição feita pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), nesta quinta-feira (12). A marca está próxima do limite mínimo considerado seguro à banhistas pelas autoridades, estipulado em 16 metros.
Segundo os dados do SGB, nas últimas 24 horas o Rio Negro baixou 24 centímetros na capital amazonense. Desde o dia 1º de setembro, o nível do rio em Manaus reduziu 2,81 metros, uma média de 25,54 centímetros por dia.
Na mesma data, em 2023, ano da maior seca já enfrentada na história do estado, o Rio Negro marcava 21,19 metros. Nos primeiros doze dias de setembro daquele ano, houve uma redução de 2,41 metros, o equivalente a 21,90 centímetros diariamente.
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*Por Francisco Carioca, da Rede Amazônica AM