Estudo inédito no Amapá em floresta fornecerá dados para a Nasa. Foto: Crystofher Andrade/Rede Amazônica AP
Uma pesquisa realizada no Bioparque da Amazônia, em Macapá (AP), está utilizando sensores instalados no solo e em árvores para medir o fluxo de água que chega até a atmosfera. A instalação dos equipamentos começou no dia 27 de outubro.
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O estudo é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade do Estado do Amapá (Ueap), e busca entender como áreas de floresta se comportam após o manejo sustentável.
O objetivo é demonstrar que a exploração controlada de madeira não interfere nos serviços ecossistêmicos das plantas, como o ciclo da água e o ciclo do carbono. Ao Grupo Rede Amazônica, o pesquisador Perseu Aparício, da Ueap, explicou a importância da pesquisa.
“A troca de água entre a floresta e a atmosfera desempenha um papel fundamental no clima e nos efeitos das mudanças climáticas. Além disso, é valorizar os serviços ecossistêmicos que a floresta presta à sociedade, indo além da exploração madeireira, demonstrando a importância da floresta amazônica para o mundo”, conta.
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Medição do volume de água é realizado pela primeira vez em floresta urbana
Essa é a primeira vez que o estudo ocorre em floresta urbana. Desde agosto de 2024, a pesquisa analisa as árvores da Floresta Nacional do Amapá (Fona). Os sensores funcionam por energia solar e de forma contínua, coletando dados sobre a movimentação da água dentro das árvores e a liberação para a atmosfera.
A instalação é feita diretamente no tronco das plantas e no solo, sem causar danos à vegetação. O projeto deve durar cerca de um ano, gerando dados inéditos sobre o comportamento da floresta.
Segundo o pesquisador Dr. Niro Higuchi, o estudo pode ter impacto direto no dia a dia ao ajudar a compreender como a floresta contribui para o equilíbrio climático de Macapá e para a manutenção da umidade do ar.
“A medição da transpiração é crucial para compreender o papel da árvore na troca entre a floresta e a atmosfera. Assim, podemos entender o papel da floresta Amazônica no contexto das mudanças climáticas e como isso afeta o povo que vive aqui”, afirmou o pesquisador.

Os dados coletados também serão utilizados para entender o ciclo da água e do carbono. Os sensores medem a velocidade e a temperatura do líquido dentro das árvores. A partir disso, é possível calcular o volume de água lançado no ar.
*Por Crystofher Andrade, da Rede Amazônica AP
