Foto: Leandro Moraes
Conhecido como “ave fantasma” por seus gritos assustadores e incrível capacidade de camuflagem, um urutau foi resgatado desorientado no dia 10 de outubro no Centro de Porto Velho (RO), durante uma forte chuva que atingiu a capital.
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O empresário Matheus Corrêa, de 27 anos, que atua há seis anos no resgate de animais silvestres, foi acionado para prestar socorro. Segundo ele, a ave caiu de uma árvore e estava desnorteado devido às condições climáticas.
“Como a ave é noturna, ficou bastante confusa com a tempestade. Não pude deixar de ajudá-la”, relatou Matheus.
@cafeparaisojupara Soltura da ave urutau, conhecida como ave fantasma. Resgate feito no centro de Porto Velho #resgateanimal ♬ som original – Café Paraíso Jupará
O resgate chamou a atenção de quem estava no local, mas foi realizado com tranquilidade e sem incidentes. Após o atendimento inicial, o urutau foi levado a um médico veterinário, que realizou uma triagem e constatou que o animal estava saudável e apto a retornar à natureza.
A soltura ocorreu à noite, em uma área afastada da cidade, respeitando o comportamento noturno da espécie. Apesar da aparência incomum, o urutau não representa risco às pessoas, e todo o processo de resgate foi feito de forma segura.
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O que é um urutau?
O urutau é uma ave noturna encontrada em grande parte da América do Sul, incluindo a Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado, e também em regiões da América Central. Seu nome popular está associado ao canto melancólico e misterioso, que inspirou diversas lendas e superstições, muitas vezes relacionadas ao mau agouro ou ao amor.
Uma das características mais impressionantes do urutau é o seu mimetismo: ele se camufla perfeitamente em troncos e galhos secos, permanecendo imóvel com o corpo ereto, o que o torna praticamente invisível aos predadores.
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Carnívoro, o urutau se alimenta exclusivamente durante o voo, capturando insetos com a boca aberta, um comportamento que dificulta sua sobrevivência em cativeiro. Solitário por natureza, apresenta um comportamento reprodutivo minimalista, a mãe cuida do filhote apenas enquanto ele “cabe” por perto, e o pai não participa dos cuidados.
Essas características, somadas à dificuldade de criação em cativeiro, ajudam a proteger a espécie do tráfico de animais. No entanto, o desmatamento continua sendo sua principal ameaça.
*Com informações da Rede Amazônica RO
