Tocantins tem potencial para produção de insumos agrícolas, aponta estudo do SGB

Estudo destaca oportunidades para os setores mineral e agrícola, com foco em atrair investimentos e promover políticas públicas sustentáveis para o agronegócio.

Foto: Divulgação/SGB

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresenta uma pesquisa sobre o potencial agromineral de Tocantins, destacando alternativas para reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados. O Informe de Recursos Minerais ‘Avaliação do Potencial Agromineral no Brasil – Área: Estado do Tocantins‘, que é parte do programa Mineração Segura e Sustentável, visa avaliar descartes da mineração ou de depósitos ainda não explorados, que possam ser usadas como fontes de nutrientes para a agricultura.

O estado foi escolhido devido à sua diversidade geológica e por integrar a fronteira agrícola Matopiba (que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), uma das regiões mais promissoras para o agronegócio. Tocantins é destaque na produção de grãos e frutas tropicais, além de abrigar empreendimentos minerários com potencial para o uso de rochas agrícolas.

Foram analisadas 326 amostras de rochas coletadas em diversas áreas do estado. Entre os destaques estão:

  • Garimpos de esmeraldas em Monte Santo: os biotita-xistos, associados às esmeraldas, contêm nutrientes como potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca), ferro (Fe), silício (Si) e manganês (Mn).
  • Mineração Rodolita, em São Valério da Natividade: rochas como biotititos e flogopititos são fontes de potássio, manganês, ferro e silício.
  • Basaltos do nordeste do estado (Filadélfia e Palmeiras do Tocantins): essas rochas fornecem nutrientes essenciais, como cálcio, magnésio, potássio, ferro, silício, níquel e manganês.
  • Paragnaisses da Formação Xambioá próximo a Araguaína: os finos do produto da lavagem do pó de brita dos biotita-xistos fornecem potássio, magnésio, cálcio, silício e ferro.

Além disso, há depósitos de rochas fosfatadas e de gipsita, utilizados como fertilizantes, além de pedreiras de calcário, que fornecem produtos para correção da acidez do solo. Essa etapa é fundamental para ser aplicada antes ou junto ao pó de rocha.

Redução da dependência de fertilizantes importados

De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, atualmente o Brasil importa cerca de 85% dos fertilizantes que usa. Os números indicam que esse quadro de dependência externa deve se manter por um bom tempo. O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado em 2022 pelo governo federal, tem como meta reduzir a importação de 85% para 45% até 2050.

O uso de remineralizadores é uma alternativa sustentável e econômica, capaz de fornecer macro e micronutrientes para o sistema solo/planta na agricultura.

Próximos passos

Embora os dados químicos e mineralógicos confirmem o potencial do Tocantins, estudos agronômicos, em parceria com outras instituições, ainda são necessários para confirmar sua eficiência em diferentes tipos de solos e culturas.

O informe representa mais uma fonte de informações indispensável para a atração de novos investimentos no uso de remineralizadores de solo a partir de descartes da mineração, fornecendo insumos não tradicionais para o setor agrícola, contribuindo para impulsionar as economias regional e nacional.

*Com informações do SGB

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