Terras do Médio Solimões apresentam estimativas de desmatamento e vulnerabilidade no Amazonas

Os modelos são estimativas hipotéticas baseadas em dados observados e podem ser utilizados para compreender a evolução e as consequências do desmatamento nessas regiões.

Um estudo, realizado através do Sistema de Informação Geográfica (SIG), produziu modelos com estimativas futuras do desmatamento e da vulnerabilidade da paisagem em bacias hidrográficas localizadas nos municípios de Tefé e Alvarães, no Amazonas.

O modelo considerou diversas variáveis, entre as quais, relevo, tipos de solo, altitude, precipitação de chuvas e declividade dos terrenos para mensurar possíveis cenários de mudanças do uso da terra e vulnerabilidade das paisagens para as próximas décadas. Os modelos são estimativas hipotéticas baseadas em dados observados e podem ser utilizados para compreender a evolução e as consequências do desmatamento nessas regiões e, com isso, direcionar políticas públicas que visam combater a degradação ambiental na Amazônia e promover o uso racional da terra.

Os dois locais analisados no estudo foram a Bacia Hidrográfica do Igarapé Agrovila, no município de Tefé, e a Bacia Hidrográfica do Igarapé Jarauá, em Alvarães, ambas na região do Médio Solimões. O estudo recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Foto: Christian Braga/Greenpeace

De acordo com o coordenador do estudo, o doutor em Geografia e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) João Cândido, uma das variáveis utilizadas para elaboração do mapeamento com cenários futuros são os dados já existentes sobre o desmatamento, nessa região, nos últimos anos. 

“É possível verificar as mudanças do uso da terra em um determinado período, então analisamos de 2010 a 2021 para observar o que foi desmatado nesse período. A partir disso consideramos outras variáveis e implementamos no modelo o que é chamado de peso de evidências, para analisar a relação de cada uma dessas variáveis com o desmatamento”,

explicou João Cândido.

O modelo de cenários futuros foi realizado com o auxílio do software Dinâmica EGO, desenvolvido pelo Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), parceira do projeto.

“A importância desses modelos é justamente para repensar alguns tipos de uso da terra, e demonstrar como algumas áreas podem ser melhor aproveitadas para determinados tipos de uso, e outras serem prioritariamente preservadas por conta do grau de vulnerabilidade observado”, destacou. 

Municípios que fazem parte do Médio Solimões. (Foto: Reprodução/Ministério da Saúde)

João Cândido acrescenta ainda que não é somente o desmatamento que pode comprometer a vulnerabilidade da paisagem nas bacias hidrográficas analisadas, mas a sua associação aos elementos naturais e processos dinâmicos da natureza. 

Os dados gerados pelo modelo são baseados em tendências e estão sujeitos a alterações.

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