A área estimada do desmatamento entre 1º de agosto de 2022 a 31 julho de 2023 foi de 9.001 km². O valor representa uma redução de 22,37% em relação à 2022.
A taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira (ALB) teve redução de 22,37% entre 1º de agosto de 2022 e 31 de julho de 2023, a menor desde 2019. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, foram divulgados.
“A crise climática está posta. Não é algo do futuro”, salientou a ministra Luciana Santos. “Não há saída para o combate à destruição da Amazônia e do Cerrado e para os planos de mitigação e adaptação às mudanças do clima sem ciência. Quero reiterar o compromisso do MCTI em prover informações baseadas na melhor ciência disponível para contribuir com as discussões da agenda ambiental e climática do nosso País”, acrescentou.
Segundo dados do INPE, a área estimada do desmatamento entre 1º de agosto de 2022 a 31 julho de 2023 foi de 9.001 km². O valor representa uma redução de 22,37% em relação à taxa de desmatamento consolidada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) 2022, que foi de 11.594 km² para os nove estados da ALB. Com isso, foi evitada a emissão de 133 milhões de tCO2e no mesmo período.
Seis dos nove Estados da Amazônia Legal tiveram redução do desmatamento entre 2022 e 2023, sendo os maiores valores em Rondônia (-41,01%), Amazonas (-40,13%) e Acre (-28,93%). Mato Grosso, Roraima e Maranhão tiveram aumento do desmatamento de 8,25%, 6,45% e 5,17%, respectivamente.
Durante a coletiva, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu a implementação de políticas públicas “baseadas em evidências” e a união dos esforços. “Desde janeiro, quando assumimos o governo, o presidente Lula estabeleceu compromisso com desmatamento zero até 2030, e grande parte de desmatamento vem da Amazônia”, explicou a ministra. “Sabíamos que era um desafio muito grande, que envolve uma profusão de ilegalidades após um desmonte da estrutura de governança ambiental, mas conseguimos uma redução. Por trás disso, está a decisão do presidente Lula e uma ação integrada do governo”, completou.
MCTI e a agenda climática
O MCTI tem diversas ações em prol da mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Entre elas, está o desenvolvimento conjunto com a China de um novo satélite de sensoriamento remoto no âmbito do programa CBERS, que permite geração de dados em qualquer condição de tempo e através de nuvens. Além disso, a Pasta é responsável pela elaboração do Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa, que aprimora o conhecimento científico, identifica o perfil de emissões e contribui para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas nesse setor.
Outra iniciativa do MCTI busca expandir, para todo o território nacional, em parceria com a Embrapa e IBGE, a ferramenta TerraClass, que classifica a cobertura e o uso da terra. Ela permite subsidiar a gestão ambiental, o planejamento territorial e os estudos sobre as mudanças da cobertura e uso da terra.
O desenvolvimento do modelo comunitário do Sistema Terrestre, o MONAN, associado à compra do novo supercomputador para o INPE – um investimento de R$ 200 milhões do MCTI é outro exemplo de iniciativa do MCTI na agenda climática. O projeto permitirá o avanço no entendimento dos processos físicos que governam o clima do planeta Terra com ênfase no Brasil.
Por fim, outras iniciativas são: a Torre ATTO, que monitora os processos biogeoquímicos que ocorrem na floresta tropical, e o projeto AmazonFACE, que vai simular as condições de aumento de dióxido de carbono na atmosfera para entender como a Amazônia se comporta.