Tatu-canastra: conheça o maior e mais raro tatu do mundo, que vive na Amazônia

O tatu-canastra possui hábitos noturnos e passa muito tempo debaixo do solo

 
Imagens dos tatus da Amazônia foram capturadas durante uma expedição da ong WWF na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. No filme mostra diferentes espécies de tatus e traz várias curiosidades sobre um dos animais mais distintos do bioma amazônico. 

Entre os animais retratados estão o tatu-rabo-de couro (Cabassous unicinctus), o tatu-galinha (Dasypus novemcinctuo), o tatu quinze-quilos (Dasypus kappleri) e o tatu-canastra (Priodontes maximus). 

Foto:Frederico Lemos/WWF

Maior e mais raro

O tatu-açú ou tatu gigante, ele é o mais raro do mundo, e também o maior: chega a medir mais de 1 metro de comprimento e pesar mais de 60 quilos.

O tatu-canastra possui hábitos noturnos e passa muito tempo debaixo do solo – por isso, imagens dele são difíceis de serem encontradas; e existem dificuldades também para estudá-lo e pesquisá-lo. Ele é tido como um dos mamíferos de grande porte menos conhecidos do Brasil, vistos que existem poucos estudos científicos sobre este animal.  

A visão do tatu-canastra é muito ruim; seu olfato, porém, é bastante apurado. E, por conta das garras grandes e fortes que chegam a 20 centímetros, o tatu-canastra é conhecido como “engenheiro do ecossistema”: com as garras, ele cava e escava de maneira profunda, alterando significativamente o ambiente em que se encontra.

Foto: Kennedy Borges/ICMBio

Pequeno blindado

Os tatus são mamíferos Xenarthras, pertencentes à ordem Cingulata. Eles se caracterizam pela sua grossa carapaça, que serve de proteção e escudo. Por conta da carapaça, o nome em espanhol do tatu é armadillo, termo que significa “pequeno blindado”.

A origem desses animais remonta há 80 milhões de anos – eles fazem parte de um grupo bastante distinto, que divide ancestrais comuns com os tamanduás e preguiças. Eles são nativos do continente americano e tem extensa área de ocorrência, aparecendo desde os Estados Unidos até a América do Sul. Os tatus se alimentam de cupins, formigas, larvas, pequenos vertebrados e vegetais.

Hanseníase

As principais ameaças aos tatus hoje são a conversão de matas nativas em lavouras e pastos – que reduzem o habitat natural necessário para a sobrevivência dessa espécie – e a caça. Eles também são muito impactados por grandes obras, que diminuem sua área de circulação, e por atropelamentos em estradas.  

Um fato é que os tatus têm importância também para a Medicina. Como um dos poucos animais além dos humanos capazes de contrair a hanseníase, eles são muito importantes para os estudos desta doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Possivelmente, pessoas que caçam e comem tatus tem maior risco de desenvolver essa enfermidade.

Tatu-galinha | Foto:Tom Friedel/WWF 
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