O tatu-canastra possui hábitos noturnos e passa muito tempo debaixo do solo
Entre os animais retratados estão o tatu-rabo-de couro (Cabassous unicinctus), o tatu-galinha (Dasypus novemcinctuo), o tatu quinze-quilos (Dasypus kappleri) e o tatu-canastra (Priodontes maximus).
Maior e mais raro
O tatu-açú ou tatu gigante, ele é o mais raro do mundo, e também o maior: chega a medir mais de 1 metro de comprimento e pesar mais de 60 quilos.
O tatu-canastra possui hábitos noturnos e passa muito tempo debaixo do solo – por isso, imagens dele são difíceis de serem encontradas; e existem dificuldades também para estudá-lo e pesquisá-lo. Ele é tido como um dos mamíferos de grande porte menos conhecidos do Brasil, vistos que existem poucos estudos científicos sobre este animal.
A visão do tatu-canastra é muito ruim; seu olfato, porém, é bastante apurado. E, por conta das garras grandes e fortes que chegam a 20 centímetros, o tatu-canastra é conhecido como “engenheiro do ecossistema”: com as garras, ele cava e escava de maneira profunda, alterando significativamente o ambiente em que se encontra.
Pequeno blindado
Os tatus são mamíferos Xenarthras, pertencentes à ordem Cingulata. Eles se caracterizam pela sua grossa carapaça, que serve de proteção e escudo. Por conta da carapaça, o nome em espanhol do tatu é armadillo, termo que significa “pequeno blindado”.
A origem desses animais remonta há 80 milhões de anos – eles fazem parte de um grupo bastante distinto, que divide ancestrais comuns com os tamanduás e preguiças. Eles são nativos do continente americano e tem extensa área de ocorrência, aparecendo desde os Estados Unidos até a América do Sul. Os tatus se alimentam de cupins, formigas, larvas, pequenos vertebrados e vegetais.
Hanseníase
As principais ameaças aos tatus hoje são a conversão de matas nativas em lavouras e pastos – que reduzem o habitat natural necessário para a sobrevivência dessa espécie – e a caça. Eles também são muito impactados por grandes obras, que diminuem sua área de circulação, e por atropelamentos em estradas.
Um fato é que os tatus têm importância também para a Medicina. Como um dos poucos animais além dos humanos capazes de contrair a hanseníase, eles são muito importantes para os estudos desta doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Possivelmente, pessoas que caçam e comem tatus tem maior risco de desenvolver essa enfermidade.