Nova cheia histórica? SGB aponta que rios do Amazonas têm baixa probabilidade de cheias severas em 2024

As previsões, com antecedência de 45 dias para o pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. 

O 2º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indicou que os rios Negro, Solimões e Amazonas têm baixa probabilidade de enfrentar cheias severas neste ano. Os alertas visam fornecer previsões atualizadas sobre os níveis dos rios e condições climáticas, além de apoiar o planejamento de ações para o período.

As previsões, com antecedência de 45 dias para o pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. O evento ocorreu na Superintendência do SGB de Manaus. nesta quinta-feira (2).

Cheia histórica de 2021 alagou ruas no centro histórico de Manaus. Foto: Isabelle Lima/Portal Amazônia

“Processo natural de enchente” 

Para a pesquisadora em geociências do SGB, Jussara Cury, considerando o modelo de previsão, há uma baixa probabilidade da cheia – ou enchente – de 2024 ser severa. 

“Em Manaus tende a ficar abaixo da cota de inundação. Em Manacapuru pode ficar próximo da cota de inundação. Em relação a Itacoatiara e Parintins, que ainda estão se recuperando da estiagem severa de 2023, os níveis ainda estão abaixo da faixa da normalidade. Da mesma forma, as previsões apontam tendência de níveis abaixo das cotas de inundação para estas estações”,

destacou.

Foto: Reprodução/Youtube-tvsgbgovbr

“Felizmente, em 2024 não teremos uma cheia extraordinária, mas, ao mesmo tempo, como já falamos no primeiro alerta, estamos atentos ao período de vazante deste ano, que ocorrerá no segundo semestre”,

ressaltou Alice Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial.

Castilho também informou sobre o novo sistema de divulgação de dados de monitoramento de nível dos rios por sensoriamento remoto. “São dados de vários satélites, alguns deles desde 2008, ou seja, 15 anos de monitoramento nas bacias da Amazônia e Pantanal. Por meio desse monitoramento, é possível acompanhar o comportamento dos rios em vários outros pontos que não são monitorados. Dentro e fora do Brasil também, já que, para a Bacia Amazônica, isso é muito importante”, explicou.

Segundo as previsões (com 80% de intervalo de confiança), o Rio Negro deve atingir 27,14 m em Manaus, com possibilidade de chegar à máxima de 27,70 m. A probabilidade de que o rio venha a atingir a cota de inundação (27,50 m) é de 20%. No caso da cota de inundação severa (29 m), essa probabilidade é de 1%, e para a cota máxima (30,02 m em 2021) é de 0,01%.

Para Manaus, a previsão é que o Rio Negro atinja um valor de aproximadamente 27,14 m, com um intervalo provável variando entre 26,58 m e 27,70 m (considerando 80% de intervalo de confiança). Segundo o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio venha a atingir a cota de inundação (de 27,50 m) é de 20%. Para a cota de inundação severa (29 m) é de 1%, e para a cota máxima (30,02 m em 2021) é de 0,01%.

Já em Manacapuru (AM), o Rio Solimões deve ficar na marca de 18,16 m, com possibilidade de variar até 18,72 m. Conforme o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio alcance a cota de inundação (18,20 m) é de 46,5%, e a de inundação severa (19,60 m) é de 1%.

O SGB trabalha em parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), responsáveis pelas previsões climáticas. Paralelamente, as defesas civis estadual e municipais formulam estratégias preventivas.

Níveis abaixo da média no Rio Amazonas

Para Itacoatiara, a previsão é que o Rio Amazonas atinja aproximadamente 12,93 m, com um intervalo provável variando entre 12,59 m e 13,28 m. De acordo com a previsão, é muito baixa a probabilidade de atingir a cota de inundação (de 14 m) e a cota de inundação severa (14,20 m).

Em Parintins, o Amazonas deve atingir 7,15 m, com possibilidade de alcançar a máxima de 7,45 m. O alerta aponta ainda que a probabilidade de superar a inundação (8,43 m) é de 0,46% e mais baixa ainda de superar inundação severa (9,3 m) e a máxima (9,47 m em 2021).

Alerta de Cheias do Amazonas 

O Alerta de Cheias do Amazonas apresenta previsões geradas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) a partir do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas (SAH Amazonas), em operação desde 1989. Atualmente, possui 17 sistemas, que atendem 84 municípios.

No Alerta, são divulgadas as previsões de cotas máximas a serem atingidas nos municípios de Manaus (Rio Negro), Manacapuru (Rio Solimões), Itacoatiara (Rio Amazonas) e Parintins (Rio Amazonas). As informações são divulgadas em três etapas, com antecedência de 75, 45 e 15 dias para o pico das cheias, que ocorrem em meados de junho, nesses municípios.

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