Foto: Reprodução/Defesa Civil do Amazonas
Seca e estiagem, fenômenos que envolvem a redução de chuvas e escassez de água, distinguem-se pelos seus níveis de intensidade, duração e impactos ambientais, sociais e econômicos.
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A estiagem é caracterizada por um período de redução temporária e moderada da quantidade de chuvas, sem necessariamente causar impactos hidrológicos severos.
Já a seca é um fenômeno mais prolongado e intenso, afetando não só os índices pluviométricos, mas também os níveis dos rios, a umidade do solo e a disponibilidade de água para consumo humano, agricultura e geração de energia.
“Basicamente, seca e estiagem têm componentes pluviométricos e hidrológicos. Mas a estiagem é o período em que se observa uma redução nas chuvas, como acontece entre julho e outubro em Manaus. Já a seca é o ápice dessa escassez, com impactos mais amplos, como a dificuldade de acesso a comunidades e aumento dos preços devido à logística comprometida”, declarou o doutor em geografia, Deivison Molinari, ao Portal Amazônia.
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Estiagem e a pausa nas chuvas
A estiagem costuma ocorrer em certos períodos do ano, especialmente nas regiões que possuem um regime de chuvas bem definido. Em Manaus (AM), por exemplo, a estiagem acontece entre os meses de julho e outubro, quando a chuva diminui e o clima fica mais seco.

Essa época do ano deve ser aproveitada para a execução de obras públicas como o recapeamento do asfalto e a recuperação de estradas, devido à menor interferência das chuvas. No entanto, mesmo sendo passageira, a estiagem pode afetar a qualidade da água, aumentar o risco de queimadas e pressionar o consumo doméstico, exigindo consciência no uso da água tratada.
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Seca: o extremo da escassez
Segundo Molinari, a seca é um fenômeno mais grave e persistente, já que representa o nível crítico da escassez hídrica, afetando rios, solos, vegetação e a sobrevivência das populações. Na Amazônia, os impactos da seca são visíveis na formação de bancos de areia, encalhe de embarcações e aumento no custo de vida, já que produtos demoram mais a chegar às comunidades ribeirinhas.

“Na seca amazônica, alguns rios se tornam intransitáveis, o que prejudica a logística de transporte e encarece os produtos”, afirma o geógrafo.
Consequências dos fenômenos
Tanto a seca quanto a estiagem refletem de forma severa na vida das pessoas e no funcionamento da economia, já que a falta de água prejudica a produção agrícola, provoca perdas financeiras para produtores rurais e compromete a segurança alimentar.
Além de aumentar o risco de doenças de veiculação hídrica, como diarreias e infecções, sobretudo em áreas mais vulneráveis.
Veja as principais diferenças entre os fenômenos:

