Rio Acre não transbordava em dezembro há 50 anos na capital acreana, diz Defesa Civil

Na medição das 9h, o rio Acre atingiu 14,94 metros na capital Rio Branco, ultrapassando quase 1 metro da cota de transbordo, neste domingo (28). Mais 230 pessoas já precisaram deixar suas casas na capital acreana.

Foto: Alefson Domingos/Secom Acre

Desde 1975, o Rio Acre não transbordava no mês de dezembro na capital acreana. A informação foi confirmada ao Grupo Rede Amazônica pelo coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão. O levantamento, mais detalhado foi informado na manhã desta segunda-feira (29).

Apesar de chover apenas 7 mm nas últimas 24 horas em Rio Branco, o rio continua subindo e, neste domingo (28), chegou aos 14,94 metros na medição das 9h.

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Ainda conforme a Defesa Civil, 15 bairros já foram afetados e cerca de 300 residências ficaram alagadas. O número de atingidos de alguma forma pelas águas aumentou para cerca de 2 mil pessoas.

Falcão detalhou neste domingo que 237 famílias precisaram ser retiradas de suas casas com a ajuda da Defesa Civil, sendo 34 levadas para abrigos e 39 para casa de parentes e amigos.

As fortes chuvas que atingiram a capital acreana entre a última quinta-feira (25) e sexta-feira (26) causaram estragos em diferentes regiões e continuam repercutindo na vida de quem mora próximo ao rio e igarapés.

Ainda segundo o órgão, o prejuízo para essas pessoas foi em decorrência da enxurrada, uma vez que o manancial que corta a cidade transbordou no início deste sábado (27). “Já estamos montando um abrigo no Parque de Exposições para atender novas ocorrências”, explicou Falcão.

De acordo com a Prefeitura de Rio Branco três escolas foram abertas como abrigos:

  • Escola Álvaro Rocha – Bairro: Conquista
  • Escola Anice Jatene – Bairro Geraldo Fleming
  • Escola Maria Lúcia – Bairro Morada do Sol

As chuvas, que somaram 171 milímetros de sexta para sábado, provocaram o transbordamento de igarapés, alagamentos em bairros da parte alta e baixa da cidade e outros danos à infraestrutura urbana. Também foram observados o rompimento de vias públicas, isolamento de ruas e deslizamentos de terra.

A cota alerta máximo é fixada em 14 metros. Isto significa que a partir desta marca, o manancial pode começar a inundar os bairros próximos às margens. Este é o segundo registro de transbordo em menos de um ano, uma vez que o rio também ultrapassou a marca em março.

Cheia do Rio Acre - dezembro de 2025 - Rio Branco, AC — Foto: Walcimar Júnior/Arquivo pessoal
Enchente do Rio Acre em dezembro de 2025, na capital Rio Branco (AC). Foto: Walcimar Júnior/Arquivo pessoal

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Consequências das chuvas e do transbordamento do Rio Acre

Até este sábado, os estragos das chuvas foram registrados em diferentes regiões de Rio Branco. No Portal da Amazônia, na Rua Rio Negro, um buraco se abriu no asfalto após um bueiro não suportar o grande volume de água, o que provocou a interdição do trecho. O local fica sobre um córrego, extensão do Igarapé Batista, e moradores improvisaram a sinalização para evitar acidentes.

No Bairro Conquista, as chuvas causaram um desbarrancamento que resultou na queda de um poste, agravada pela cheia do Igarapé São Francisco. Já nos bairros da Paz, Parque das Palmeiras e Belo Jardim II, o transbordamento do Igarapé Batista provocou alagamentos em quintais de moradores.

Também houve registros de alagamento na entrada do Bairro Ouricuri, pela Estrada Jarbas Passarinho, com forte correnteza e presença de balseiros, além de danos no Bairro Aeroporto Velho, onde o muro de uma residência caiu.

No Bairro Preventório, o Corpo de Bombeiros constatou uma movimentação de massa após acionamento para um possível desabamento.

*Por Hellen Monteiro e Quésia Melo, da Rede Amazônica AC

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