Rio Acre sobe e fica acima de 2 metros após quatro meses na capital acreana

O Rio Acre subiu mais de um metro em 24 horas em Rio Branco. Volume de mais de 20 milímetros de chuva registrado no domingo (13) levou o rio ao maior índice em 122 dias.

Volume de chuvas influiu para aumento no nível do Rio Acre na capital. Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica AC

O Rio Acre subiu mais de um metro nas últimas 24 horas na capital Rio Branco e voltou a passar dos 2 metros após 122 dias, com 2,70 metros segundo a medição das 7h desta segunda-feira (14) feita pela Defesa Civil Municipal. No domingo (13), o rio estava em 1,59 metro, o que representa um crescimento de 1,11 metro nas últimas 24h.

Contribuiu para o aumento o volume de chuva registrado no período, que foi de 20,60 milímetros ainda segundo a Defesa Civil de Rio Branco. Com o índice, já foram 136 mm de chuva desde o dia 1º de outubro na capital acreana. O montante corresponde a 79,5% dos 171 mm estimados para o mês.

O coordenador ressalta, porém, que enquanto o nível apresentou crescimento na capital e outras regiões próximas, o restante do estado ainda tem pontos com redução no nível de rios e igarapés, e precisam que as chuvas se intensifiquem.

Com a medição desta segunda, o nível do Rio Acre já registra um crescimento de 1,27 metro no mês de outubro. A última vez que a medição havia ultrapassado os 2 metros foi no dia 13 de junho, quando chegou a 2,06 metros.

No período, o rio chegou a estabelecer novas marcas negativas, como a menor cota histórica, que foi de 1,23 metro, registrada no dia 21 daquele mesmo mês.

“Choveu, mas foi aqui na bacia do Rio Acre, e foi mais aqui nessa parte de baixo, aqui de Rio Branco, nessa região. Mas, a previsão é que continue tendo chuvas, mesmo em pequeno volume, mas vai influenciar na subida do nível do rio”, acrescenta Batista.

Seca histórica

Segundo a Defesa Civil Estadual, essa foi a primeira vez desde 1971, quando iniciou a medição do manancial, que as águas permanecem tanto tempo abaixo da cota de 2 metros.

Em 13 de junho, o nível do Rio Acre estava com 2,06 metros na capital. No dia seguinte, as águas baixaram para 1,99 metro. A partir de então, o nível do manancial seguiu baixando e chegou a estabilizar em algumas épocas, contudo, não voltou a ficar mais acima da cota de 2 metros.

“É o período que ele passou com o tempo maior, mais de 3 meses, abaixo da cota de 2 metros. O nível deu uma subida de sexta-feira [27], quando estava com 1,27 metro, subiu para 1,41 [no sábado,28], hoje [segunda-feira, 30] baixou para 1,38 metro. Já voltou a abaixar novamente”, explicou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista à época.

Ainda segundo o coordenador, a subida repentina ocorreu por conta de chuvas isoladas em algumas regiões do estado. “E a tendência é que essas chuvas isoladas, pequenos volumes, continuem ocorrendo. Então, chuvas com maior significado, em volumes maiores, as previsões mostram só para depois do dia 15 de outubro. Mas, pode ocorrer nesse intervalo chuvas significativas, mas em pequenas áreas”, diz o coronel.

No dia 21 de setembro, o Rio Acre bateu 1,23 metro na capital acreana, a menor marca registrada nos últimos 53 anos e estabeleceu a seca de 2024 como a maior da história do estado. O manancial em Rio Branco se encontra abaixo de 4 metros há mais de 4 meses.

As menores cotas já registradas são:

  • 1,30 metro – 17 de setembro de 2016
  • 1,29 metro – 11 de setembro de 2022
  • 1,27 metro – 28 de setembro de 2022
  • 1,26 metro – 29 de setembro de 2022
  • 1,25 metro – 2 de outubro de 2022
  • 1,25 metro – 20 de setembro de 2024
  • 1,23 metro – 21 de setembro de 2024

O governo do Acre decretou emergência por conta da seca em 11 de junho, com validade até 31 de dezembro deste ano. Já a capital publicou o decreto em 28 de junho, com situação reconhecida pelo governo federal quase um mês depois, em 24 de julho.

Para evitar uma crise no abastecimento da capital, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), construiu uma barragem próxima da captação das bombas da Estação de Tratamento de Água (ETA) II.

*Por Victor Lebre, da Rede Amazônica AC

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